quinta-feira, 6 de março de 2014

SAUDADE (S) DE MINAS

I

Lá tem rio que corre no mesmo sentido
Tomamos café com fragrância de plantas e frutas do pomar
É um lar cheio de mãe, primos e melhores amigos
Os mais sinceros sem minerais antigos.
É hora de espreguiçar embaixo do pé de mangas
Comer goiaba branca e começar a prosa
Teto de uvas protege o caminho ao lado da acerola
Maritacas disputam as jabuticabas
Rolinhas cutucam o mamão maduro
E fogem das rosas com belos espinhos...
A saudade começa pela entrada de grama esverdeada
Espessa como esparramar-se num cochilo no sofá
Deitar ao som de canarinhos
Beija-flores no fim da tarde
E vaga-lumes quando a noite chegar
Cumprimentam a lua cheia no quintal
Na estrada
Iluminam onde não alcançam as estrelas.
Ao amanhecer, as expectativas batem palmas
É hora de preparar pão de queijo e levar pra mesa
Está tão bonita!
Tem bolo de cenoura e milharina sem margarina
A broa faz companhia ao real mel de abelhas
E seguem todos a papear.
No lugar que é lanche e sobremesa
Manteiga de leite ou geleia com biscoitos
Passa da hora de beliscar
A carne assada está no ponto
Cortada em pedaços e verdades
Sem hora pra parar de assar.
Lá vêm os acompanhamentos no bordado
Feijão tropeiro com couve e ovo pra degustar
Pão, mandioca e vinagrete
De quem se empenha até o jantar
Faz comida no fogão à lenha
E reclama quando deixa esfriar.
Mais dose de café e pão com queijo
Doce de sidra sem bicho de pé
O cãozinho amigo abana o rabo
Se distrai pra sorte do gato
Que rouba um pedaço e sai sem ele perceber.
Em muitas tardes dessas
Sol nas flores na entrada empoeirada
Papo pro ar com cerveja gelada
Banquinho à noite é na calçada
Com petiscos e samba pra acompanhar
O sertanejo fica na rede da varanda
Faz o quilo do mingau e das pamonhas
Com direito a papo furado e cana branda
Fuma paiero e ouve rock dos anos 70 ou mantra.
Dormir cedo é regra pra quem se cansa da vida farta
Do vento leve nas samambaias esverdeadas
Da tão sossegada casa!
Quer água morna pra repousar na mata
Estórias engraçadas pra criança esperta
Com medo de cigarras e corujas raras
Outras escondidas nas cobertas
Terminam com assuntos de homem e mulher
Derramam condições conflituosas depois da janta
E dizem: aqui se colhe o que se planta.
De volta à bebida gelada ou branca
Magra após o cafuné
Quem coloca limão e sal vira criança
A brincadeira varia de médica a santa
E as fofocas continuam de pé.

II

Bom mesmo é quando falta rede
Digital só o sertanejo atual
Sem viola, a música dá sede
Pede Pena Branca e gargalhadas para o nada
Como cachoeiras doces pra quem não paga.
Esconde a roupa pra dar em causo
Bate palmas pros peixes quando saltam
Anda na madrugada sem assalto
Brinca de pique e se esconde na bananeira
Só torce pra não passar nenhuma rasteira.
A assombração só chega na madrugada
Saliva quem chega primeiro na cerca das palavras
O galo canta e anuncia o atraso de ir pra cama
Depois de tirar carrapichos da canela.
Com o preparo da leitoa vem pururuca das mais boas
Na cozinha da tia que amassa a rosca na pia
Enquanto a mãe coloca outras coisas pra ferventar.
Temos salada de jiló ou berinjela
São deliciosas e é difícil acreditar
Quiabo com frango na panela
O café da noite se encerra
Quase um açoite depois que o sol raiar
É hora de acordar!
Ir à feira da taioba bem cedo
Pegar pequi e jurubeba pro almoço
Mas não pode esquecer
Tem que providenciar mais tira-gosto
Antes do galo cantar e o sol nascer de novo.
Cochichos e segredos de churrasco são compartilhados
Diversão pra longas horas enquanto ali ficar
Mergulho na piscina do rancho
De onde vem mandioca gigante pra fritar
Mistura de abóbora em doce de compota
Como novas caldas quentes de janeiro
Os irmãos goianos juntam-se aos mineiros
Ninguém quer ir embora
Mas as férias têm que acabar
A saudade de Minas não tem hora
São muitas histórias pra lembrar.


Abertura das publicações de 2014!!!

O que esperar das impressões quase no final do carnaval?
Dizem que é a partir desta época que o ano começa J/L  
É festa!  
Mas, o que temos para a Quarta-feira de Cinzas? 
O Pierrot errou e eu estou melindrosa:


Ainda é carnaval...

É carnaval, futebol
É gari, copa
E muita coisa que vai mal
Mas a quem importa?
Faço rimas pra marchinha
Previsíveis como os tiros ao ler o jornal
Compras indecentes que não cabem no orçamento
Encontram nos armários uma mansão pra repousar
Os preços de mãos dadas com a inflação
Esquentam minha mente se não puder comprar
Seja nos estudos ou nos trabalhos
Nos discursos do mundo imaginário
Torço pela troca por um mais libertário
Que seja mais justo sem tanto lucro
Ou luta sem gratificação.
Torço pela leitura, pela arte, pela educação
Arma que falta aos lustres quebrados na manifestação
Na busca por justiça trilhada com dor insistente
Tentamos desarmar os tenentes
Resultados só quando incluírem as boas intenções
Persuasão que desmistifica o natal de presentes
Torna o réveillon mais deprimente
Perfeito só para os muito esperançosos...
Aí vem o carnaval da falta de carne
A semana que será santa pra quem tem grana
Que se esvai nas despesas do lar de gramados rançosos
Apagado será o feriado
Pra quem quer Tiradentes
Raro aos que fazem do deitar na cama
Ou sofá – um sundae para beijar.
O mar está lá fora
O ônibus implora pra não te levar
Mesmo custando o olho
Óculos que neste mês não dá pra comprar
Mas a quem importa?
O ano é da copa!
Só não se esqueça do carnaval dos lixos jogados
Pelos cidadãos mimados daquele sofá
Ou pelos muitos mal-educados
Que não têm a limpeza dos que precisam 
trabalhar.













terça-feira, 12 de novembro de 2013

Hoje é dia do mendigo

Hoje é dia do mendigo
Dia de doar pão, sopa e cobertor
Isopor, papelão e jornal
Já não precisam
Neste dia já têm amigos.
Para quem escapou da senzala
O açoite é a sociedade que se cala
O branco é sátira de mágoa
Biscoito raro com café
De quem presta contas mas não é
Diz o pardo ou mulato
Nascido ou queimado de sol
Hoje é dia do mendigo
O branco, o negro, o vivo.
Hoje é dia do mendigo?
Duvidou um homem que começou no poder outra semana
Na próxima, quer vida suserana
E não cana de pé
Quer garantir seu jornal na hora do café
O recheio de seu pão italiano
E o papelão no retrovisor americano.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

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Jornalista revolucionário
Há preguiça em seu olhar
Fotógrafo, pintor imaginário
Este é seu lugar?
Deseja ser musicista e escritor de poemas libertários
Livre da cultura para profetas
Não vai embora após rupturas
Antes da lua cheia que ideias clareia
Nunca emudece
Às vezes se receia
Pensa, se entristece
Mas nunca abandona a aldeia
Sem antes cisar amarguras
Desabrochar-se em águas profundas
Sem limites para o voo das palavras.
Por inteiro está longe das tumbas
Floridas de cinza e vigiadas pelo coveiro de areia
Que pede esmolas ao defunto que vagueia
E desfaz-se nas falas oportunas
De vagabundo que proclama na noite
Verdades obscuras propinescas
Realidades denunciantes que se escondem
Do Rio de Janeiro ao mundo
Nos noticiários e no corredor dos palácios
São muitos os fatos importantes que se calam
Cobertos literalmente
Quando os jornais se reúnem
E borram o que nos une.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

DESTOANTE

Cansada de tantas informações e intenções não cumpridas
Os versos tornaram-se fundamentais para o acalento
Em suas entrelinhas estão os desejos de brisa
A imagem da rede macia e frutas vermelhas na taça.
A música nunca falta
Às vezes só ela basta
Intercalada ao som das águas e do vento.
Mesmo vivendo ao pé dos mares
O bom senso é completar as tarefas do dia
Cheio de angústias e belezas esquizofrênicas
O senso bom dá tom à melodia
Da vida apaixonada, responsável e ousada
Ao mesmo tempo
Sempre aberta às boas possibilidades
É muita ousadia inflamada
Da lebre que não me cabe.
Cá estou a estudar vários mares teóricos
Ângulos destoantes ao ampliar o que poucos sabem
O resgate à memória retórica
Que só quer preservar frases-reconhecimento
Restos são levados pelo vento
Ou desaparecem nas águas periféricas
Dão lugar àquelas palavras que se perdem em folhas esbranquiçadas
Depois de entregues ao sujeito de cara amarrada.
Os projetos descansam sem mágoa
Não é realidade tão edificada, pintada na contramão...
Eles sabem que ainda terão vez
Nas mãos da pele maltada fora da lei
Sem inglês ou ideias de japonês
Sairão das gavetas que não estão lacradas
São inatas e fogem das ilesas destoantes.
Poucas são as mudanças e algumas as surpresas
Recebem de lembrança as teias
Que cruzam caminhos impensados
Nas frestas contrabandeadas quando se abrem
No ambiente interessado sem calma
Onde velejam coisas inéditas na pauta dos olhos calejados
Enquanto os sonhos renovam-se ao pensar nas possibilidades certas.
O destoante é cansaço esperto
De quem não esquece o que “si” move
E comove-se em gestos – clichê cético.
Cada coisa tem seu tempo
Cada arte tem seu espaço e encanto
Cada apontamento é soberba de bom carpinteiro
Arteiro enquanto pode
Deságua quando sofre
Renova-se
Tece nas palavras, nos sons, na dor
O palco do bem feito
Dispersa o sabor que tem direito
Com ferramentas que dão exemplo
Procria, recria
Simplesmente vive
Não se desfaz com o tempo
Insiste.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A luta continua em muitos bastidores da vida

Há quem diga que as dívidas estimulam o trabalho e são a força motriz que nos impulsiona a continuar cumprindo metas para o enriquecimento das empresas. Mas quando a nossa função é pensar, dá vontade de deitar na rede para refletir com calma e sensatez. Depois, é hora de sair armado com a voz e com o lápis, uma constante manobra no trânsito entre a obrigação e a educação. Escrever e dar vida às obras críticas ainda é tarefa lícita e sem bater o cartão, constituindo uma eterna e saborosa dívida para nós mesmos. O pagamento é sono tranquilo e acordar bem como se a cama fosse sempre macia. A luta continua em muitos bastidores da vida.

...


É preciso mimos para ouvidos cansados de imagens acústicas de dias em que a obrigação impera sobre o sono tranquilo de melodias pacíficas e palco macio na noite até amanhecer... "here comes the sun" de mãos dadas com Frank Zappa, amigo do passado inseparável no presente e no churrasco do quintal das mangueiras que sombreavam a brisa de uma tarde inteira.
São novos os antigos planos repletos de mágica intenção. Estamos tentando ampliar os limites da imaginação e encontrar-a-dentro, no íntimo, o melhor dos mundos. Estamos sentindo impactos fracos e mobilizações do tempo. Sabemos redecorar os bons laços que desataram-se enquanto a fuga foi-se pura taça-delícia de um bom dia, luxuriante ao anoitecer.

O estopim da noite é a frase feita mais certa, devidà perturbação de beijos no portão. Permanecem conosco a falta de regras, a absorção de sistemas oníricos por onde se respirapasse. A convivência rara traz ainda sentido a tudo que não se larga, complica-se quando as mãos se esticam e cores aparecem depois de tantas batucadas e letras de obras que bem se acabaram.
Somos sorte, somos replays de jornadas de sonhos jung-anos que se passaram. E lá fomos nós, passando por várias avaliações, mas cumprimentados como se ocupássemos o mesmo lugar no espaço da ilógica existência de alguns que amam.
Quando ainda éramos magos, brilhava o tocos ao toque do tambor e cachaças aromatizadas. O sucesso de entrada sempre foi a amburana gelada e, mais tarde, as tranças desarrumaravilhadas que ajeitavam a passagem para o outro mundo.
Tempos literaturarte como borda a música entre outras artes com respiração inata de quem não sabe outro modo de viver. As plantações em outros momentos das notas ainda escoam ideias, cores, palavras e as imagens da época permanecem como retratos infindáveis atrás dos olhos que sabem ver.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

VALE-SE


Produções culturais, revisões insanas, comunicação oportuna e física das pessoas humanas. Quantos talentos bastam para o abraço da semana ser compatível com os ideais nada frívolos? Podem ser aqueles antigos de morar na China, entender as origens do kung fu enquanto toma na porcelana chás coerentes ao cozinhar com hibisco. E, enfim, entender intenções da essência humana para aplicar na próxima encarnação. 
O tempo passa e respostas tornam-se textos filosóficos de justificativas dos objetivos não alcançados. É que eles se mudaram e, no meio da trilha, correram para o mato ou para a estrada – interessante demais para não serem aproveitadas suas periferias. A vida sempre seguiu, desde o dia em que a decisão certa foi a de ser livre para abusar das descobertas. O menu vivência compilou-se como guia na busca pelo conhecimento até em meio a um cipoal vulnerável que rende encontros e separações extremamente lúdicas e compatíveis com a realidade. 
Confusões à parte, o mundo girou a favor da arte e tudo se volta no presente tempo como se o afastamento fizesse coro à solidão necessária a outros nascimentos. Sobreviventes de distorções que causaram sofrimentos e alegrias efêmeras abusam sempre das locuções que rendem bons entendimentos, num balanço guiado pelo vento favorável a quem a si pertence.

domingo, 21 de abril de 2013



Ser poeta

Algo que nasce e aperta

Aptidão é a vontade
Que pelas mãos o dom se acerta
Com o tempo
Acolhe mais os frutos da inspiração.
Esconder-se da poesia
É algo que colocam na cabeça vazia
É contra sua sensibilidade e verdade
No fazer-se contraste.
Escreva sempre que quiser
Mesmo que ninguém veja
Seja homem
Seja mulher.
Sempre perguntam por que escrever
Nem sempre é para elogios aos escritos
Muito menos um dever
Apesar de versos cheios de sentido
Nem sempre sabemos o porquê.
Simplesmente escrevemos
Muitos já o dizem
Creio na resposta para nós mesmos
Vezes outras também para você (s)
Um brincar de palavras para nos reconhecer
Ou não.
O poema pode ser ilusão
Nem sempre é quem somos
Pode ser imaginação, divagação
Impressões, inquietantes percepções
Ou qualquer algo sem nome.
Enganos escapam sempre
Pois é do jeito que queremos
Poucas coisas são assim...
Prazeres serenos
Em mentiras, verdades e ambiguidades
A revelação nunca é plena.
É porque o poema é de todos
É também seu significado
Seus sentimentos e experiências...
Até quando nós mesmos relemos
Nos foge o que antes havíamos pensado.
É engraçado escrever como psicografia
Depois atribuir sentidos não imaginados
Sem regras ou padrões que enquadram-se por receios
São sempre nossas as palavras
Cheias de valores e táticas
Com objetivos ou livres de intenção.
É hora de brincadeiras
Para outros – hora de chamar a atenção
Ou dizer o que a realidade anseia
Despertar fantasias nada alheias
Enquanto aflora aptidão
Nos que se deixam à vontade.

quinta-feira, 18 de abril de 2013


A morte é a vida cumprindo seu papel de não virar múmia ou pedra sem forças para mastigar, beijar e viver como nasceu. É hora de brilhar, de verdade como estrela, não como a que já morreu, mas como a que viveu e teve papel no universo. Todos precisam de descanso... Os que sofrem pela partida nem sabiam que o amavam tanto, mas a hora é de celebrar a vida e ver o quanto foi significante. Viver para sempre enjoa. Uma hora dessas, estaremos lá ou aqui, seja onde e como for, iremos. Até lá, antes de dormir, seremos autores de nosso tempo e viveremos até que ele se esgote.

terça-feira, 2 de abril de 2013

AFETOS APERTADOS

É engraçado como aperta a saudade de coisas simples
e tão difíceis de serem revividas.
É surpreendente um telefonema de uma antiga amiga
mesmo morando a uns 1600 km de distância.
Ela te liga somente para saber como está
diz que sente saudades e relembra coisas simples que já foram constantes.
Muitas vezes, quem está por perto não te vê
não te ouve
e nem lembra que você é parte de alguma existência.
Numa sociedade de faces e fakes
o que menos importa é seu cheiro, sua voz e um abraço suado.
A aparente felicidade das telas invade sem pudor o campo do desejo
cheias de intimidades disfarçadas para quem sabe ler...
Pelo menos sabemos o que é quem as pessoas gostariam de ser.
E parabéns às que de verdade são.

quinta-feira, 7 de março de 2013

ESPIRROS PERFORMÁTICOS

?
ESPIRROS PERFORMÁTICOS

Princípio entre vizinhos:

Escuto espirros performáticos da minha janela
não sei se está nascendo, gozando ou morrendo
mas prefiro acreditar que são espirros apenas
e não escarros de garganta sem poema.
São performances intensas
que uma hora explodem ou passam.
Parece que tudo podem esses indivíduos
tipo individualismo cósmico...
Comigo, todas as ações esbarram-se em critérios
os outros desta vez são os que sofrem.
É o que esmero quando me intrigam, me desesperam
soluço gritos e insone é meu sonho
fico atenta à espera de um sossego pacífico
aguardo a minha vez de espirrar
rrá, rrá, rrá
não como eles,
mas com elegância intelectual “estapafúrdia”
e, é claro,
que produzo
espirros muito mais performáticos.
Atim!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Balé do Saco


Há muita vida por trás das coisas...

O simples pode possibilitar a (s) mais complexa (s) das sensações, uma visão peculiar do centímetro efêmero que nos cerca ou ao menos uma alusão ao comportamento da natureza. Tudo isso faz parte de nós e agrega-se, sem percebermos, ao desfrute de nossos sentimentos. "Apreciai-vos."

Assista novamente:

Balé do saco
http://www.youtube.com/watch?v=yak_9bmqiRI&feature=related

domingo, 27 de janeiro de 2013



Um pedido foi feito
com respeito à fonte do desejo
Não sei o porquê, mas não foi aceito
e, sem contestações, virou-se e continuou surpreso.
Ela chegou de lado, encurtou o espaço
e finalmente deu-lhe um beijo
Aconteceu de forma indecente
Roubando sem ele perceber
Foi quando a noite sorriu, o céu escureceu
Veio o respingo frio
Bem na hora que ela o abraçou
Um pedido foi feito
Ela deu-lhe um beijo
E ficou tudo bem.


CABANINHA


A cabaninha, sob o céu cinza
sem nenhum desgosto...
podia sentir um vento bobo
que brincava comigo enquanto eu o olhava
e a grama verdinha, da pequena casa,
e a pessoinha que me convidava
a conhecer o quintal,
que era cozinha, que era sala
cheio de montinhos de lãs de alpacas
estava em todo lar
sob o céu que ia chover de leve.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012


As portas do conhecimento estão abertas
novamente para os que as deixaram fechar.
Conhecer, aprender e viver são rimas e sinônimos em ação
cujo texto torna-o protagonista
em busca de um sentido para a vida ou de utilidade para a razão.
Não é indispensável o lugar, mas a atitude
as portas são abertas pelos vivos
personagens de qualquer destino
ou das universidades
que constituem alguns passos do curvilíneo caminho
muitas idas e voltas seguindo em frente
abraços correspondidos conscientemente
mesmo sem avançar os corredores do palácio.
Não é à toa que genialidade e loucura andam juntas...
entre outros clichês que fazem sentido
não só no lugar que outrora abrigava o hospício
podemos ser gênios, cruéis ou criativos
devolver à sociedade nossa loucura
regar aqueles princípios
fazer e cobrar um justo futuro
escolher o que devemos ser
capazes de moderar conflitos
mantendo as portas abertas.