terça-feira, 1 de abril de 2014

A Felicidade Pariu em 1º de Abril

No começo
A felicidade pariu
Apareceu entre todos os destroços a serem consertados
As atitudes tornaram-se jovens
As possibilidades agora caminham em teias nobres
Em abril, há madres que compõem o que vai à mesa
Sem soberba se impõem e tecem peixes meigos sem explicação
Contrastes já não são mais surpresas
Ficam no imaginário só para quem almeja satisfação momentânea
Outrora depois da hora não mais se engana
Fecham-se as trilhas sem livre escolha
Mantém-se como bolhas à espera do jornal que um dia chega
Com escritos que ainda não espirram
Mas devem ser ouvidos
Como deslizantes sobre a pauta que cobre indecisa a obra
Das promessas bem-vindas que deixam-se dançar pela longa existência
Os focos são as palavras que ainda pode-se dizer
Mesmo que pessoas saiam magoadas
Ou super-entre-tidas sem porquê
A essência está na busca pela coisa efervescente
Pela gênese
Que floresce na decisão dos rumos
Da batalha pelo dia mais certo
Em que a inveja se qualha e a surpresa emudece as falhas
A esperteza é não se manter de fora
Não perder a crítica à história
Do mundo de todos ou de alguém
Que pode contar com frutos que caem sem esforço
Faz do bom gosto seu norteador
Sem necessidade do aparelho de jantar opressor
Revela-se e abre mais que um mês novo
Como se a fome se resolvesse só com a natureza
Na tigela de fogo que está o povo
A chuva vem limpar todas as mazelas
Enxugadas por guardanapos não descartados
Enquanto o passado nem sempre se inveja
Como se os novos práticos soubessem matar o que incomoda
Presente na vida de plástico
Na cultura de moda.

No meio e no fim
A comida são olhos mortos de elegantes e fracos
Que não matamos por prazer e sem prantos
Reais são para os que ainda se veem
São de um passado agora brando
Como uma história íntima tumultuada que aquietou-se
No túmulo adequado pela arquitetura do saber dos avantajados
Que não sabem construir o que não conseguem levantar
O talento é colheita de escafandros sem borboletas
Mas que sabem a hora de se revelar
Os escavados no sangue da obra unânime
Evitam perguntar
Não são como crianças, mas precisam amadurecer
São os que conseguem aparecer nas noites sem mágoas
Recebem palmas orquestradas e análogas à calma disfarçada
Descritas na planta dos que podem compreender
Dos que a-colhem e deixam-se continuar
Sem enganos ou abusos de poder
Caminhantes vão-se embora
Outros ficam prostrados vendo TV
E a vida vai-vem revigora
Segue com os jovens de atitudes
Que se pode prever desde a escola
Até morrerem em um abril qualquer
Quesito ainda na moda
Mas há os que conseguem sobreviver
Entre todos os destroços a serem consertados
A felicidade pariu em 1º de abril
Para quem pode agora
As possibilidades caminham em teias nobres
As atitudes tornam-se jovens
O presente é como desencanto encantado
Assim vamos em busca do futuro e da boa história
Que traga avanços ou ao menos nos (re) torne
Símbolos fortes nos próximos anos.