domingo, 22 de março de 2020

Aos apelos pelos pensamentos positivos


... Não é nota de meu diário.
(imagem meramente...)



‘Aos apelos pelos pensamentos positivos’


Como se estivesse tudo normal... /
Lembrar, pensar, fazer coisas boas /
Na medida do possível, ajuda. /
Pra não passar o tempo à toa /
E não se tornar um desfalecido vivo. /
Como se isto fosse decisão ou vontade das pessoas /
Que (em solidão) têm realmente vida boa? /
Então digo: Não estou só. /
Ouço ainda expressões de passarinhos, posso escrever, comer uvas e tomar vinho. /
(Por enquanto) /
Estou com plantinhas, músicas e poesia. /
Ainda tenho o cinema caseiro e quase controle sobre minhas manias que me espremem./
Posso gastar tempo com gastronomia na minha própria cozinha /
Ativar hibiscos, currys, pimentas, cores e poemas nutritivos. /
Tenho água e sabão! /
E, nesta, posso me servir de uma alimentação saudável de gente privilegiada. /
Como se fosse tudo /
E, em breve, poderá ser nada. /
Mas não estou só. /
Tenho tecnologias ao meu redor e até na palma da mão /
Falo com pessoas e tentamos fazer previsões boas. /
Momento intrigante... pra quem gostava tanto de solidão... /
Nada dura com proibição. /
Mesmo assim, não estou só. /
Estou também com meus pensamentos... /
E com os dos outros /
Acelerados, lentos, ansiosos e desastrosos (às vezes) /
Enquanto eu não queria tretá-los por muito tempo. /
Só que nem sei saber decidir e controlar tudo que vem e sai em/de mim. /
Logo eu que dizia tanto /
Nos últimos momentos antes do desencanto /
Que precisava tirar um dia pra pensar. /
Resgatar argumentos, projetar, pensar na vida, escrever pra remanejar. /
Hoje, penso e (des) penso. /
Tem sido preciso dispensar. /
Só de sentir o que virá sem os trabalhos de quase sempre /
O positivo se vai ao refletir sobre o fim, o meio e o princípio. /
Mas não estou só. /
E ainda estou bem /
Sem nós no ar... /
Bem melhor do que tantos /
Pensadores, pensativos, ou não.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Depois de um algodão-doce lucideznógeno

Depois de um algodão-doce lucideznógeno...
O sono do ópio é sonho; o sonho do ócio é fato fácil, mas não vale o que é frágil. Então, vou sonhar com os irônicos palhaços reais e terei o poder de deixá-los para trás, sem limitar o quanto vai chover sobre suas nobres maquiagens. (diz a mulher sentada na calçada da infâmia e cansada dos circos nonsenses de infância que insistem até hoje).
'Amanhã passo lá para acreditar com ela' e comer algodão-doce cor-de-rosa. (operesca infância insólita e atingível só nessas horas de mico). Nem sei de que cor de alma me visto. E com algodão não me curo. Limpo feridas agarradas aos novelos da vida.
Mas... vou trabalhar em alguma coisa amanhã.
E, nas nuvens crepusculosas, depositarei minhas esperanças possíveis de que estou errada, mesmo se nada serei.