segunda-feira, 19 de julho de 2021

Alecrim


Um doce sabor nos lábios me recorreu

Ao lembrar-me de dias espectrais

Entre beijos, bebidas, abraços e comidas

Música farta e cantos dos amigos.

Dançávamos sem olhar para os passos

Qualquer tropeço era engraçado

Escrevíamos poesia sem tantos pêsames

E nos abraçávamos todos os meses.

 

Dormir é descansar para acordar para a vida

Que continua...

É abraçar o próprio travesseiro e ficar mais esperto na rua.

Os dias de verão serão onde quisermos

Nas salas ou nas praias criadas por nós.

 

E como o teatro não para!

Textos correm as vontades de expressão e interação

E se lançam em todos os lugares

Enquanto nos apresentamos pelos celulares.

 

O pé de alecrim está crescendo

E diz a cada dia que segue o oposto

Do mundo que está morrendo.

A indignação veio sem autorização

Mas a humanidade não se recolherá

Ainda veremos a vida florir com novos valores

E seremos cheiro de alecrim

Quando as ruas puderem nos recepcionar

E se encherem de verdade (s).


 


Texto e Fotografia: Clécia Oliveira


Quando te vejo janela
Vejo o verde logo ali
Nem tão perto quanto na tela
Mas onde posso sentir.