quinta-feira, 13 de junho de 2019

Involuntário cotidiano


Espasmos involuntários refletem pensamentos conturbados diante de tantos entroncamentos da vida cotidiana, por vezes áspera, apesar das artimanhas. Os círculos nunca se fecham, mas abrem caminhos para as novas relevâncias descritas ou sentidas no risco infinito do tempo, nas ações que dizem as memórias e nos sentimentos que impulsionam triviais ou marcantes histórias. Os incrédulos que somos batem corações assim mesmo e cá ou lá (est-ão-mos) à flor de peles que nos soltam, sons que nos assopram e palavras que nos movem afetos. Os brilhos de ontem sapecam refletidos no que construímos enquanto iluminam ideias que circulam entre os bons que nos cercam. O dia bonito é incerto, o outro é indigesto, mas, em todos os dias, semanais, mensais, anuais e usuais, há movimentos por mais estático que esteja nosso comprometimento com as ações das pautas sem vontade ou das que desejamos autenticidade. O que há de mais latente salta à mente quando enxergamos motivos para sermos mocinhos ou bandidos. Os dois lados podem ser magníficos quando se define roubar o coração arrependido que decidiu amar. É quando estamos movidos sem ser removidos de nossas próprias virtudes. Somos breves, irremediáveis, involuntários... Somos leves, cotidianos, anônimos no tempo, mas deixamos pólens entre os que nos dividem os ventos, especialmente os bons retóricos afetivos que sopram desenhos que gostamos ser.

                                               Foto: Clécia Oliveira

Involuntário cotidiano
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Espasmos involuntários
refletem pensamentos conturbados
diante de tantos entroncamentos da vida cotidiana
por vezes áspera, apesar das artimanhas.
Os círculos nunca se fecham
abrem caminhos para as novas relevâncias
descritas ou sentidas
no risco infinito do tempo
nas ações que dizem as memórias
nos sentimentos que impulsionam
triviais ou marcantes histórias.
Os incrédulos que somos batem
corações assim mesmo
cá ou lá
(est-ão-mos)
à flor de peles que nos soltam
sons que nos assopram
palavras que nos movem afetos.
Brilhos de ontem sapecam
refletidos no que construímos
iluminam ideias que circulam
entre os bons que nos cercam.
O dia bonito é incerto
o outro é indigesto
mas em todos os dias
semanais, mensais, anuais,
usuais
há movimentos
por mais estático que esteja
nosso comprometimento com as ações
das pautas sem vontade
ou das que desejamos autenticidade.
O que há de mais latente salta à mente
enxergamos motivos para sermos
mocinhos ou bandidos.
Os dois lados podem ser magníficos
quando se define roubar o coração
arrependido
que decidiu amar.
É quando estamos movidos
sem ser removidos de nossas próprias virtudes.
Somos breves, irremediáveis, involuntários...
Somos leves, cotidianos, anônimos no tempo
mas deixamos pólens entre os que nos dividem os ventos
especialmente os bons retóricos afetivos
que sopram desenhos que gostamos ser.


Apropriado impróprio futuro


O apropriado impróprio desapropriou a propriedade da pedra preciosa e a tornou futuro do pretérito.
Não por acaso, a pedra preciosa se chama vontade
À vontade para poucos de nós
Não por acaso, a pedra preciosa também se chama desejo
À vontade para quase todos nós
Não por acaso, a pedra ainda se chama virtude
À vontade para quase nenhum de nós
E, não por acaso, a pedra preciosa se chama nós
pra quem tem voz
emaranhado de vontades, desejos e virtudes
apropriado
quando há futuro
desde o passado.

Vamos semear motivos!


Vamos semear motivos! 
Vamos semear motivos para viver 
Que prestígio! 
Diz algum sábio que sabe 
que a vida é um ciclo 
uma montanha russa que rosna 
mas sobe abrindo vistas para a cidade maravilhosa 
ou outras descontraídas 
para quem pode aproveitar a vida. 

Na descida 
a queda também pode ser emocionante 
quando predomina adrenalina 
o pensamento sai de linha 
e ao passar por isso 
revela-se um grande motivo: 
Sair correndo pra tomar sorvete 
de prestígio!