quarta-feira, 27 de agosto de 2014

As decisões gritam

As decisões gritam para se materializarem em planos resolvidos sem erros de pretensão.
Cabe a quem sabe o desejo – que estimula o corpo inteiro a continuar os trabalhos em perfeitas condições – aceitar as ideias mais certas e torná-las amigas das alegrias da vida. Os músculos estão exaltados e o ritmo acelerado alimenta tensões. A calmaria pretendida está também nas simples ações do dia como um banho salgado, música resguardada do armário e flores na mesa que serve boa comida leve. O próximo passo é ressuscitar os ânimos e acordar o corpo para acender pensamentos e transformar todo o conjunto em produtor eloquente sem desastrosas pretensões. Finalmente, as decisões sussurram e agradam o desfecho da história, tornando (o que parecia só retórica) a diluição da tensão. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O navio atracou


O pequeno navio atracou, mesmo com tanto mar à frente, tanto azul e céu sem fim nas estrelas.
Mesmo com tanto amor, atracou.

O ponto de partida tornou-se chegada quase definitiva
Para onde não se sabe, nem o vento indica a melhor direção
Mas é fato que o tempo corrói o instrumento de navegação
E a pressa urge como pauta latente.

O pequeno navio atracou
Mesmo com tanto amor
Com vistas para o nascente e o poente.

Que seja temporário esse naufrágio
Que seja pausa para recuperação.

Quando assumir o leme
O continente é uma escala
Possibilidades para desabrochar...
Paisagens irradiam novidades a cada nascer do sol
E segue a passagem das nuvens sobre velas e cabeças.
Em tai chi, buzinas são alternadas ao som do suave sopro
A lua curta é quebrada em tons soltos refletidos na água
Torna-se enorme sob atmosferas pouco visitadas
Diferente do que acontece em terra.

Enquanto o mar insinua mistérios
Traz belos pares andorinhos
Corcovado, gávea de pedra...
Crespúsculos são cumprimentos entre céus vizinhos.

Quando vira o vento e o navio
À deriva na vida só quem não parte
Chegar é sair para novos ares
Escolher entre dois caminhos
Ou viver pelas margens.

Como pode um poeta...

Como pode um poeta triste falar de otimismo em sintonia com o coração?
E como um poeta alegre pode palavrear a vida sem esperança?
As marcas estão na memória, na pressão das palavras, no lápis que funciona como instrumento de verbalização. As histórias internas entrelaçam-se aos fatos concretos e indicam o que o corpo e a mente podem fundamentar. O que emociona estimula os sentidos, “pro-cria” atitudes e o comportamento das novas páginas da vida, seja em relação a pontos positivos ou negativos.
Não é à toa que os biógrafos dos artistas fazem sucesso entre os que analisam e apreciam as obras. Só não sei o que fazem os que têm nas artes - como na escrita - uma necessidade, mas não querem se mostrar.