domingo, 4 de dezembro de 2016

MAIS UM DIA CINZA


Mais um dia cinza
Uma vida que finda
Mas não as palavras
Do poeta que ensina.

Não haverá mais encontros casuais na feira
No início de Copa
Só o concreto na mesa
Livros, lembranças...
Vida em pauta.
É a arte
Do poeta discurseiro
Que fará falta
Mas não se interrompem os planos
Gullar vai e volta
Nos nossos sonhos e cotidianos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

É preciso estudar mais
Pra sermos mais
Intelectuais
Animais
Comunicacionais
Preconceituais
Elitizais
Animais!
Sabiais
Além dos percentuais
Gestuais
Perspicais
Observais
Desiguais
Cais!
Longitudinais

Animais
Virtuais
Que estudam mais
Pra serem digitais.

Prosa...

Prosa mineira
Prosa carioca
Prosa corriqueira
Prosa...
Gente que proseia

Gente mineira
Gente carioca
Gente corriqueira
Que prosa...

O indizível que somos sensoriais

O indizível é mais do que possa ser sensorial
É corpo, alma, aura, ideais
Está nos olhos, pele, respiração
É meditação
No que vem de leve como vento que não aborrece
Refresca os anseios de decepção da vida de sempre.
Olfatos conectados, pensamentos reluzentes
Ouve 'o quem' chegou
O que de maravilhas
Como ilhas que nos começaram
Fizeram-nos abruptamente seres decepcionantes
A serem amados.
Muitas vezes agradam
Agradamos
Desconectados com os outros pensamentos que não sentem
Somos como os que viajam sensações remanescentes
Divagam e evoluem como semente próspera
Que brota, enraíza e chega aos céus para chover incandescente
De tempos em tempos perseguindo o inalcançável
Alcança o que emociona
Nos planos que mentalizamos
Momentos de insônia
No que desejamos ser magos
Até que chega o som dos medos que nos calam
Enquanto nos tornamos paladares indegustáveis
Enfatizamos males e nos compomos com armaduras.
Em muitos lares e ofícios obrigatórios
Sabemos ser maleáveis e contraditórios
Nos assombros, nos segredos descartáveis
Nas obrigações que nos imploram hora de chegada
Vendemos sonhos sempre de partida
Para cumprir hora marcada.
Somos quietos e cautelosos
Sobre como sermos mártires
Desatentos e espertos com o tempo
Ancestrais nos motivos que nos dizem a hora de agir
Dizemos tanto sem nunca ter dito
De graça para os que nos produzem
Emoções, ilusões, sentidos
Os mesmos que nos seduzem
Nos promovem transformações
Quase uma imposição aos que nos consomem por não serem imunes.
O fim é inexorável aos que não tentam opção
Seguem o fluxo do que se tem sob os olhos
É bastante e insuficiente ao mesmo tempo...
E cumprem com todas as decepções de quem incendeia
São certeiras mesmo sem dedicação
Repetem-se, brisam nas ideias que tentam brindar
Sentir de verdade o que nos rodeia
Tomada de decisão
Motivo para continuar.
Vamos passar por todos os ciclos até que possam se encontrar
O fim e o princípio
Voltaremos a perceber o que é ser pó misturado às raízes
Estar no chão da terra antes de crescer leve
Só vai saber se tiver vivido a criança
Superado a infância
Sem deixar marcas nos lados que doem.
Esperança é remédio e constrói
Haverá chance de tornar-se passado relembrável
Mesmo quando nada pouco diz
Os rastros serão legados
Ensinamentos aos próximos que fazem parte de algo
Comum num mundo de vivos e mortos
Força motriz
Durante anos quando se ama e compartilha energias
Respira vários ares
Procria, recria e cria
Absorve paixões reais e imaginárias
Sonha com os sonhos e com naves de outras galáxias
Sente com as ilusões que se tornam realidade
Nas lentes, nas camas, nos mares
Ou nos cheiros dos que valem a pena
É muito universo para poucos lares.
A diferença se faz em segundos ou momentos
Para algumas vidas que ainda não sabemos
Ao contracenar com contratempos que passam
Deixar entrar poeiras ou perfumes que nos tentam ser
Ser (es) humano (s)
Homem ou mulher de enganos e planos
É tão sereno quanto pode ser pleno
Às vezes obsceno e divertido
É mundo
Ao mesmo tempo
Introverte descontraído
Levado pela práxis aberta às novas realidades
Ou antipatias de sons desagradáveis
Quando a vida grita o que não queremos sentir
Até que vêm sentimentos superados com a voz e com o tato
Pensamentos vistos como guias do vento
Que corre rápido
Concluidor de planejamentos.
Em anos atemporais
Sentiu ‘o que houve’ sentimentos que o construiu
Deixou sua parte em algum amor por onde o cercaram
Em coisas que se energizaram sem nada discutir
Fluiu
Souberam sentir
O quanto somos gratos
Por sermos construtores de destinos
Inspiradores sensitivos que decidem
E resguardam o indizível
Dos fortes e dos fracos
Somos bons meninos
E meninas por acaso
Quase todos incomparáveis
Concretos ou abstratos
E cheios de si.

domingo, 2 de outubro de 2016

O ciclo da vida

Mundo: Natureza, Homem, Vida.
Ainda acredito no mundo
Que possa ainda "mundar"
Se a mudança será boa ou não
O tempo dirá
Mas não está livre de nossas interferências.
Se nada consegue ser tão bom por tempo indeterminado
O ruim também não será
O mundo gira de verdade no universo e por dentro
Giramos com ele e interferimos nos acontecimentos
Incessantes ciclos
Que também mudam com o tempo
Muitas energias para trocar no infinito
Coisas vão, voltam, são criadas e desertadas
Diante de nossos olhos

Também sob nossas ações
Mesmo com intenções às escondidas
O mundo continua e gira
O ciclo da vida.

Campanha

Hoje é dia de campanha
De quem vai e vem na manha
Construindo novas causas, trabalhando por quem não vê
Daí saem muitas prosas, muitos contos e letras sem saber
Das fadas que plantaram sem nascer
Não se sabe...
Se cumprirão os escritos, se chegarão avisos quando não o der
Ou não o fizer – o que prometeu
O mundo anda aflito, querendo mudanças
Também nas esperanças temidas
De que sejam ilusões ou criações de quem quer vida.
O que se tem certeza é dos conflitos
E dos desejos para presentes e futuras gerações
Que sejamos menos ladrões e possamos compartilhar o que a terra nos dá
E desta devemos cuidar como se fosse nós mesmos
Seja do natural ou do monumental que sustenta nossos pés
Sejamos fiéis às nossas relações
Pois vamos nos encontrar sempre em breve
Nas voltas que nos damos sem mãos
Ou nos abraços seguindo os mesmos chãos.
O que vai, volta
Pode ou não na contramão
Há quem releve quando não serve
Há quem transforme em missão
De qualquer forma vem em ciclo
Devolve
Mudanças de outros horizontes vistos
Nos chegam como se tivéssemos ido
Nesse universo que é o mesmo encontrar
O que estamos
Em nosso igual tempo
Tempo de retas, curvas e relevos
Pensamentos minguados se desconsiderados pelos que não me vejo
Sejam juntos ou separados
Não é ilusão ou só manha e prosa
A terra é nossa!
A bondade e a maldade também
Somos natureza, universo e tempo
Somos abstratos
Livres ou presos se comparados
Holisticamente interligados
No que nos faz ou não bem
Recebemos em mútuos lados
Mas nunca, nunca, como ninguém.



sábado, 24 de setembro de 2016

Orquídeas e a Vida



Nos jardins da vida estamos
Na presença de cheiros e toques
Pra fazê-la florescer
E embriagar-se de cores
Adicione orquídeas pra viver
De amores.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Hoje...

Hoje... sou infeliz
Do soluço às lágrimas que deságuam em face a tantas desconstruções
Rugem bochechas involuntariamente
Nariz inquieto acompanhando os úmidos olhos
Na mente: Fim dos portfólios!

Hoje... o futuro é ainda mais incerto
Os sorrisos estão contidos
E o mundo está mais longe
As descobertas não servem como remédio contra injustiças
Pelo contrário, nos revelam o que é a vida
E o nada
Mesmo para os bons homens.

Hoje... justiça se tem em casa
Nas lições que tentamos multiplicar
Nossos filhos terão caminhada longa
A estrada – não podemos consertar.

Hoje... a mesa permanece sem toalha
As velas aromatizadas foram apagadas
Está guardado o aparelho de jantar
Não há o que comemorar diante de tantos olhos fechados.

Hoje... somos incertezas, soluços e lágrimas
Os dias são de vaguear pelas sombras das cidades sem lar
A esperança não tem cor nem ponto de chegada
Partiu.
Mas talvez ainda nos resta repensar como podem novas construções
Enquanto o acalento vem do amor de quem não nos deixa sós.

domingo, 7 de agosto de 2016

Tempos Bons

E chega o dia de admitirmos que gostaríamos tanto de ter vivido o bom tempo que não passava, o tempo que achávamos que não fazíamos nada e que tudo era tédio, que éramos inúteis na sociedade, mas decidíamos quando tomar remédios e ainda tínhamos todo tempo do mundo. Como se o mundo tivesse tempo. Não queremos mais ser ídolos e nem promover grandes revoluções. Queremos ser ouvidos por nossos filhos e fugir de rebeliões. Nossos motivos... são os que nossos pais nos diziam: contas pagas desde o início, educação para os filhos, casa para morar e não ser velho doente para alguém cuidar.
Não queremos decepcionar nenhum freguês, nem resistimos mais à importância do inglês. Nunca fomos verdadeiros burgueses, os negamos, no entanto, queríamos um pouco deles. Fomos camponeses e nem fizemos a (s) grande (s) viagem (ns). Fomos para Contagem, Patrocínio e interior de outras cidades. Hoje, só queremos paz, saúde em dia, amizades, cartão que compra alegria – consciente – e que deixa de lado as mágoas da saudade. Ainda somos boa vontade, queremos mais verdades e fazer parte do que é estar vivo, valorizar nossas vidas e às dos amigos, sejam elas e eles do jeito que foram e são. Quando decidimos nosso destino, mal sabíamos que nunca somos como os que sempre decidem. Nossa decisão é definir quem somos sãos. Queríamos tanto, não conseguimos tanto quanto os sonhos declararam. Fomos apenas seres humanos que sonharam, vitoriosos por termos ao menos vivido e feito planos. E, se pararmos para pensar, muitos realizamos... 
Em tempos bons.

Trechos do Poema 'Entre o filósofo, o poeta, o físico e o ermitão'

...
Micros os desejos não são
Exprimem sonhos ainda não conquistados
Vagueiam como reflexões que perduram
Em busca de razões ocultas
Que se refletem nas sombras côncavas
Quando dobram as esquinas
Enquanto ágoras são erguidas
Dilatam-se vidas
Que unem literatura e física
Em linhas homéricas dionisíacas
Entre os que escolhem e não se identificam
Vivem pelas florestas de modo alternativo
Longe dos outros que decidem os motivos
Como metáfora que não se explica
O mundo em suas diferentes formas de vida.
...

(do livro "Depois do Rio" - lançamento 2016)

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Aos idosos de Copacabana


Quem disse que velhice é coisa de velho?
De gente que só vive de remédio...

Velhice é remediar
Saber mostrar o que é viver
É exortar
Saber aproveitar as experiências que viveu
Viver outras
E compartilhar 
Com o vivo que ainda não morreu.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Na semana de muitas declarações devido ao dia do amigo, um trecho do próximo livro:

"Depois do Rio,
melhores amigos é desafio"

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Impressões Borboecléticas

Trecho inicial do conto psicodélico "Ele, Madalena e Eu", do livro Impressões Borboecléticas (Ed. Fio Cultural) - em fase de produção: 

Quando ele abriu a porta, não se surpreendeu tanto com o que viu, mas se assustou. Madalena deixou o vaso mais precioso embebido de um líquido nada harmônico, envolto em uma não solução de ervas nem sempre daninhas. Será que era de Madalena? Não ouso acreditar até agora... Está certo que ela era imprevisível e nada autêntica, porém, mais isso? Não seria demais?
         Pela sua história de vida (que conheço bem), insisto em defendê-la - a bela Madá - de tais acusações indecorosas. No entanto, fui eu a pessoa que disse que não colocaria a mão no fogo por ninguém. Será que nem por Madalena? Afinal, qual era a minha relação de verdade com ela? Fui seu admirador, condutor e protetor. Não ganhei nada em troca; somente boa noite quando já era madrugada. 

Parte da música que ainda será música...


Em qual ritmo?

...
Correr
Busca por compasso
Ritmo certo
Deixa que eu faço
Protesto
Salto obstáculos
Sucesso
Com quem eu falo?
...
SE EU DECIDO
EU DECIDO.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Piscianos de março


Março é o mês dos anjos que voam longe...
O que mais fazem é mergulhar no turbilhão de emoções que a vida desperta a cada dia. Sobrevivem até mesmo às águas que o mês transborda em sua homenagem.
O mar imenso é para eles, que nadam muito e não morrem na praia.
Recorrem às asas pra viver outros céus.

aos piscianos deste mês


quarta-feira, 23 de março de 2016

CHUVAS DE MARÇO

As águas de março preparam os campos
Chegada de uma nova estação
Dos frutos a colher desejos
Palco de renovação
Do ciclo da vida que se repete
E abre novos caminhos.

Todo sonho verde é selva
Céu que se abre às transformações
Deleite é relva
Relva de inspirações
Pós chuvas, chuvas e chuvas
Águas levam mágoas
Palavras tornam-se fadas
Com boas intenções
Saída é porta de entrada
Atitude de habitar outros ânimos
Partidas em prol de chegadas
Um convite aos novos planos:
Que comecemos de vez o ano!