quinta-feira, 7 de março de 2013

ESPIRROS PERFORMÁTICOS

?
ESPIRROS PERFORMÁTICOS

Princípio entre vizinhos:

Escuto espirros performáticos da minha janela
não sei se está nascendo, gozando ou morrendo
mas prefiro acreditar que são espirros apenas
e não escarros de garganta sem poema.
São performances intensas
que uma hora explodem ou passam.
Parece que tudo podem esses indivíduos
tipo individualismo cósmico...
Comigo, todas as ações esbarram-se em critérios
os outros desta vez são os que sofrem.
É o que esmero quando me intrigam, me desesperam
soluço gritos e insone é meu sonho
fico atenta à espera de um sossego pacífico
aguardo a minha vez de espirrar
rrá, rrá, rrá
não como eles,
mas com elegância intelectual “estapafúrdia”
e, é claro,
que produzo
espirros muito mais performáticos.
Atim!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Balé do Saco


Há muita vida por trás das coisas...

O simples pode possibilitar a (s) mais complexa (s) das sensações, uma visão peculiar do centímetro efêmero que nos cerca ou ao menos uma alusão ao comportamento da natureza. Tudo isso faz parte de nós e agrega-se, sem percebermos, ao desfrute de nossos sentimentos. "Apreciai-vos."

Assista novamente:

Balé do saco
http://www.youtube.com/watch?v=yak_9bmqiRI&feature=related

domingo, 27 de janeiro de 2013



Um pedido foi feito
com respeito à fonte do desejo
Não sei o porquê, mas não foi aceito
e, sem contestações, virou-se e continuou surpreso.
Ela chegou de lado, encurtou o espaço
e finalmente deu-lhe um beijo
Aconteceu de forma indecente
Roubando sem ele perceber
Foi quando a noite sorriu, o céu escureceu
Veio o respingo frio
Bem na hora que ela o abraçou
Um pedido foi feito
Ela deu-lhe um beijo
E ficou tudo bem.


CABANINHA


A cabaninha, sob o céu cinza
sem nenhum desgosto...
podia sentir um vento bobo
que brincava comigo enquanto eu o olhava
e a grama verdinha, da pequena casa,
e a pessoinha que me convidava
a conhecer o quintal,
que era cozinha, que era sala
cheio de montinhos de lãs de alpacas
estava em todo lar
sob o céu que ia chover de leve.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012


As portas do conhecimento estão abertas
novamente para os que as deixaram fechar.
Conhecer, aprender e viver são rimas e sinônimos em ação
cujo texto torna-o protagonista
em busca de um sentido para a vida ou de utilidade para a razão.
Não é indispensável o lugar, mas a atitude
as portas são abertas pelos vivos
personagens de qualquer destino
ou das universidades
que constituem alguns passos do curvilíneo caminho
muitas idas e voltas seguindo em frente
abraços correspondidos conscientemente
mesmo sem avançar os corredores do palácio.
Não é à toa que genialidade e loucura andam juntas...
entre outros clichês que fazem sentido
não só no lugar que outrora abrigava o hospício
podemos ser gênios, cruéis ou criativos
devolver à sociedade nossa loucura
regar aqueles princípios
fazer e cobrar um justo futuro
escolher o que devemos ser
capazes de moderar conflitos
mantendo as portas abertas.


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

JORGE

"Custava-lhe esforço aquela decência tranquila, aquela face calma – nervosa, no cansaço da noite maldormida, da luta inglória contra o desejo em brasa do seu ventre. Por fora água parada, por dentro uma fogueira acesa."





AMADO


“A solução dos problemas humanos terá que contar com a literatura, a música, a pintura, enfim com as artes.

O homem necessita de beleza como necessita de pão e de liberdade. As artes existirão enquanto o homem existir sobre a face da terra. A literatura será sempre uma arma do homem em sua caminhada pela terra, em sua busca de felicidade.”

sábado, 25 de agosto de 2012

SOL A OLHO NU

PASSOU A NUVEM
VEIO O RECEIO DE CHOVER
MAS QUANDO PUDE VER O SOL
FOI LINDO.
E NÃO CHOVEU.
(27/07/12)


sexta-feira, 18 de maio de 2012

O que se instala

Instalação?
Semana Surreal/UFRJ - 2009

Doença, saúde, má visão
orgulho, grude, auto-medicação
remédio, tédio, animal
prêmio, fezes, anal
eletrônico, lixo, injeta
mundo, perfume, descoberta
anatômico, solto, ritmo
sinto, doente, ligo
mexo, vejo, durmo
fumo, limpo, sujo
degusto, ouço, costuro
corte, sorte, preso
pego, renego, obscuro
ligo, engulo, adoeço
sonho, sonda, crença
escondo, acredito, pensa
sem, sentido, doença.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SILÊNCIO

Eu sinto o silêncio
não consigo vê-lo.
O silêncio não está presente
Ele é a falta de presença
presença da fala
presença dos sons
presença que falta
no coração de quem sofre.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dança da brisa

Dança da brisa 
                                 dança da noite 
                    dança da luz sobre 
        ar
beleza que induz 
acompanha o olhar na busca pelo abraço
fraterno como sois 
           caminho do vento harmonioso tocar
                      embalo embraço
doar sem dosar
           embaraço
                     Sentir o corpo, a vida
ar  Dança da brisa.
Fio Cultural




Trapézio

Meu corpo oscila
Entre o céu a Terra,
A noite e o dia
O mar e o deserto.

Como se num trapézio
Pendurado sobre o tempo,
Meu corpo oscila,
Toma impulso,
E num salto,
Mergulha sobre a vida.

Roseana Murray



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Hakuna Matata


Só para relaxar e levar boa energia para 2012...

Hakuna Matata para todos!


Hakuna Matata


 



sábado, 17 de dezembro de 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Clarice




...Que minha solidão me sirva de companhia.

que eu tenha a coragem de me enfrentar.

que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.


Clarice Lispector


terça-feira, 1 de novembro de 2011

QUEM DIZ QUE TUDO É LIXO
TAMBÉM SE INCLUI.



Reflexo e Reflexão

Dizem que de vez em quando precisamos escrever
coisas mais bonitinhas e/ou delicadas
para que o que escrevemos não seja só o reflexo do que pensamos
e para que o que pensamos não seja somente o reflexo de realidades
nem sempre agradáveis.
Reflexo do reflexo. Isto se reflete na arte?
Sem “refletir” exatamente agora sobre esta questão,
vejamos o poema abaixo:

Delicadeza
Às vistas a delicadeza passa sem se notar
Tropeça pouco distante do admirador improvisado
Que surge na saída de uma rua empolgado
Pela beleza da moça que atravessa sem pausar.

Olhares leves bailam com os passos da flor
E eis que surge a curiosidade pelo caminho a percorrer
Direita ou esquerda não vai se arrepender
O que mais deseja é ir onde ela for.

Logo, a pequena entra numa capela
E desconfia não ser mais o caminho solitário
Pede benção ao protetor num clima imaginário
Cujo alvo a espera na janela.

Não se propagam palavras conversadas
Nem se chega tão perto para tocar
Os dois se entendem como a brisa e o mar
E tudo depois acerta-se no altar.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Millôr Fernandes


Coisas de Millôr

(carioca, escritor, poeta, desenhista, cartunista,
humorista, dramaturgo, tradutor...)



“Morte súbita é aquela em que a pessoa morre sem o auxílio dos médicos”

POEMAS

Metafísica do Conhecimento

O corte epistemológico –
já foi epustemológico –
sangra em tudo que é lógico.
O epistemológico sabe
que só sabe que não sabe,
pois conhecer o conhecimento
é achar que sopro é vento.

O epistemólogo diferencia
o que está do que é
e do que existe;
não é triste?
Não é fácil, no dia-a-dia,
comprar epistemologia:
não tem no supermercado
nem no banco que está a seu lado.

Poeminha prum Homenzinho a Serviço da Tecnologia

Vou te dar um conselho;
Faz tudo que eles mandam:
Desce de elevador
E abre a tua porta
Acende esse abajur
Liga a refrigeração
Bota um disco no prato
Põe música no ar
Degela a geladeira
Aquece o aquecedor
E ferve essa chaleira.
Do programa de rádio
Grava uma canção
Bate uma carta à máquina
E vê televisão.
Te pesa na balança
Opera o calculador
Senta nessa poltrona
E lê o teu jornal
Sem nem querer pensar
Bebericando uísque
Fumando sem parar.
Atende ao telefone
Se conferindo ao espelho
Mas ouve meu conselho;
Não acerta o relógio.
É muito tarde, agora;
Já passou a tua hora.

Os Canais (in) Competentes

É a mesa
(bureau)
Quem cria
A bureaucracia.
Eles dizem todo dia
É uma tirania:
Funcionários
Com seis formulários
Dez guias
Em várias vias
Atas
Em triplicatas
E registros anais
Às folhas tais
Soltam
Tostão a tostão
O gostoso poder
Que têm na mão
Sempre adiando a decisão
Pra próxima sessão
Perguntando sempre
Mais uma questão
Exigindo outra vez
Retrato 3 x 6
Firma reconhecida
Em tabelião,
Folha corrida,
Atestado de filiação
E atestado
Que ateste a atestação.
Mas aos poucos se nota
Que a burocracia
– Nada idiota! –
Cede a vez:
Algumas coisas
Andam com mais rapidez.
Já se acabaram as discussões
De leis
Processos judiciais
E discussões formais
Que não traziam auxílio
À invasão
Do domicílio.
Sem falar que já eliminamos
A necessidade
Do latim
Na faculdade.
Ninguém mais se importa
Com palavras
De uma língua morta
De que até a intelligentsia
Andava farta:
Legem habemus,
Habeas corpus,
Conditio juri e
Magna carta.

Poeminha Filantrópico

Dar, emprestar,
Avalizar:
Tudo verbo auxiliar.

Poeminha sem Nexo
          Queixa

Liderar não é nada duro;
As perguntas são todas no presente,
As respostas são todas no futuro.
Chega.
Alegria para todos!
Que se vão os maus dias...
Seja bem-vindo o bom gosto.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

C'est la mort...

LA MORT


Eu queria poder não amar ninguém
Para não ter que me despedir
E passar pela morte das pessoas.
Eu queria pelo menos morrer hoje
Ser considerada pessoa boa
Antes que amanhã chegue a pior das notícias.
Queria celebrar a vida
Saborear momentos felizes, boas cantigas
Comemorar mais um “pôr-do-sol”
E regar flores imortais.
Não é possível nos despedirmos para sempre
E nos encontrarmos novamente
É a certeza que mais angustia
Se hoje somos felizes
E amanhã não há mais flor
Nem bom dia.
Se continuarmos por aqui
Só nos restará conversar com fotografias
Lembrar dos poetas, das manias
E esperar que chegue o nosso dia.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Ponto de Mutação


Livro (1983) de Fritjof Capra.
O nome foi extraído de um hexagrama do I Ching.
Nele, Capra compara o pensamento cartesiano ao paradigma emergente no século XX. O primeiro é reducionista e modelo para o método científico desenvolvido nos últimos séculos. O segundo, holístico ou sistêmico, vê o todo como indissociável; o estudo das partes não permite conhecer o funcionamento do organismo.
As comparações são feitas em vários campos da cultura ocidental atual, como a medicina, a biologia, a psicologia e a economia.
Fritjof Capra nos traz uma obra de sensibilidade e reflexão sobre as bases da existência e da integração do pensamento e das ações humanas no contexto do desenvolvimento, na busca da equação da vida e do progresso equilibrado e sustentado. (reporternet)

Filme O Ponto de Mutação
O que é a vida?


Merveilleuse


wunderbar (alemão)
prachtig (holandês)
ยอดเยี่ยม (tailandês)

Pergunte-me: 
o que você faz ao esperar o início da aula?

POESIA EM 5 MINUTOS

-------------
Cá estou com meus fantasmas mentais
Dou bom dia aos anjos
Falo com os animais
Compro charuto cubano
Bebo uísque de um ano
Relato o que não enxergo nos jornais
A vida paradisíaca
Flores no asfalto
Sorvete na torneira da pia
Uma cidade sem assalto.
Penso como seria se eu reescrevesse o mundo
Creio que todos voariam
Estaria de volta o cinema mudo
E árvores de orquídeas cresceriam.
No entanto, passo por isso todo dia
E acredito poder ser assim
Dependendo de como conduzo a vida
Os anjos é que precisam de mim.
  
Belle Orchidée

Velho em solidão

Escrevo um bilhete de saudade
Compro todos os postais
A nostalgia me invade
E chamo pelos meus pais.

Falta-me a mesa posta
A juventude já passou
Na parede – a natureza é morta
Está vazio o balcão do bistrô.

Encontro-me com a falsa meninice
Monto e remonto o passado
Meus filhos não existem
E já perdi quem estava ao meu lado.

Viajo só em minha sala de jantar
Ao lembrar das noites de comemoração
O bilhete, os postais, não tenho para quem enviar
Sou apenas um velho em solidão.

 Muet


-------------
Somos bons ao seguir para a garagem
Se o elevador é panorâmico
Somos um poço de bondade
Depois da cobertura do novo restaurante
Dos cristais, da champagne, do diamante
Somos pura e total idoneidade.
Mas espere aí
Somos pessoas ou somos embalagem?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pisquei




Enquanto eu e o vinho

Estou bebendo vinho agora
e desejo uma companhia que eu não precise conversar.
Quero olhar, ver alguém de bem com a vida e de olhar esperançoso.
Sei que guardarei isso em mim
e levarei por algum tempo.
Estou sozinha
mas estar com alguém que não interrompa minhas sensações
e ainda me acrescenta outras interessantes
é o ápice da solidão bem acompanhada.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nosso Templo Glauber Rocha

Glauber Rocha


"O país precisa de poetas"

"A Arte é a dimensão anárquica da matéria onírica"

"A violência é um resíduo apocalíptico do machismo"

"Sou famosíssimo e paupérrimo"

"Acho que é uma função digna do cinema mostrar 
  o homem ao homem"

"O Estado é mais forte que o poeta"

"A verdade revolucionária está com as minorias"

"O que interessa é a criação. A linguagem estabelecida, em qualquer arte, cansa"

        "... a câmera é um olho sobre o mundo"




   "A câmera é um objeto que mente"

         "Ainda faremos filmes feios"

"A Arte é tão difícil como o amor"

"A História é feita pelo povo e escrita pelo poder"

"A função do artista é violentar"

"O público normalmente vomita sua imagem refletida"

"O verbo é ideológico e hoje em dia não há mais fronteiras geográficas"

"Estão confundindo minha loucura com minha lucidez"

Boa noite, meu amigo.
Fio Cultural