quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Palavras jogadas ao vento

Um dia, o poeta anarquista sensível irá experimentar o gosto das palavras que não conhece. O vocabulário do afeto é inesgotável. O poeta vai abrir as asas, acolher a brisa de quem tenta/fala e voará de coração leve, surfando ao vento na melhor das liberdades, sem mal-entendidos ou ditos rebuscados. Estará pronto para receber os carinhos além do véu. A clareza, coerência e verdade já são fato nas ações esperadas. O bem e o que podem os abraços são o cotidiano desde os primeiros passos. Precisam ser melhor compreendidos e praticados mutuamente. E que este futuro seja breve e as máscaras distorcidas se desfaçam, pois não existem por dentro. São impressões contaminadas e descontextualizadas no tempo do mundo inacessível, de comunicação avariada. Não passam de palavras que não dizem a essência. As desconhecidas ou as que se resiste enxergar vão revelar outros mundos. As desconstruções textuais de vida e de comportamentos serão expressas em ações dos desejos de sempre. Há outros lados poeticamente autênticos que serão postos à mesa, com fartura que nem se imagina, pois são os mais condizentes com os sentimentos que sobrevivem além do abstrato. Virão novas palavras, de afeto profundo, em poemas para viver a dois (mundos que se juntam sintonizados), sem dor ou rancor, quebrando o que se resiste enxergar. E tudo então será leve, em sincronia com a almejada paz duradoura, como o que de bom escreve o destino.

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