sábado, 3 de maio de 2014

CAMINHO POR ONDE PASSO

Eu vou por aí contar histórias pra quem quiser ler
Das árvores, algo prestes a cair minhas memórias
Respiro poeiras do caminho e reciclo receios
Meu peito torna-se vermelho
Devolvo resultados de minha inspiração.
É o dia de modificar os ângulos retos
Recriar estratégias e driblar pontos cegos
Assim reconheço a trilha por onde percalço
E cada vez acredito mais na brisa de polens mágicos
Os que relaxam já foram quando estão
Mais assustados entre árvores frutíferas
De tão doces acalmam-se folhas
Caem nas palmas sem esforço claro
Leve ao balanço da brisa de vasos raros
Trazem flores que dançam como se caíssem
Em rodopios tântricos sobrevivem como plumas
Bailarinas cobertas pelo véu insinuante.
Sublime torna-se o que é turvo
Do que se fazia tenso abriu-se a tempo
E as nuvens que acobertavam
Arregalam-se em raios luminosos arcos
De olhares tão fundos quanto brandos
Esboços de prodígios fixos encantos.
É sol, flor e terra avermelhada...
Pouca poeira na revoada
Piso sem pudor porque em nada fere
Acalma
Nas laterais floresce
Marca como doce o que impele considerações à noite
Efeito do dia a quem se busca
Ardor dos que abusam
Certo é o que me abasta em franqueza
Confere ritmo ao que causa e declara:
Sou firme no mundo sem amarras.
O calor que refresca-acalma
A beleza assopra
Quando bate o vento que não desola e passa
O trajeto de bifurcações a quem pode escolher
Da passagem às pétalas
Cores ao aroma que invade sem regras
O caminho que quase chego.
Perto estou como se chegasse rápido
Invejo os passos passados nos ontens
Quando relevo furtos dos magos insones
Acrobáticos só os pássaros sóbrios.
Há razão onde nunca havia pensado
É assim que brindo com extratos da manhã
Essências tornam-se transponíveis
Da cabeça ao coração sem abismo reconhecível
Recupero a poeira no calçado já liso
Da vida a qual me faço
Prossigo e nem te conto...
Os números transformam-se em laços longos.
Nunca com os mesmos passos
Piso o único caminho e não me queixo
Depois do vinho, o recomeço é a escrita que bate à porta
São histórias que não se fazem remotas
Assim como as marcas que deixo
Assinaturas são pegadas
Livres de cabresto.



Brisa em dia

Uma brisa de encanto
É o que falta na hora do pranto
Decisões inconstantes sombreiam o caminho tênue no calor trifásico
As etapas passam pelo meio e invadem o bem querer
Logo vem o desejo
É hora de recorrer ao que arrepia
Nenhum de nós se mantém alheio
Do fraco vento vem a luz solar sem perda de tempo
Vezes repetidas todos os dias
Podemos apreciar até que chegue a lua
Que promete abraçar o que está acima
Entre nuvens espaçadas chega a noite estrelada
Vejo aos poucos e me arrisco
O mundo está no início
Aberto a acariciar.

terça-feira, 1 de abril de 2014

A Felicidade Pariu em 1º de Abril

No começo
A felicidade pariu
Apareceu entre todos os destroços a serem consertados
As atitudes tornaram-se jovens
As possibilidades agora caminham em teias nobres
Em abril, há madres que compõem o que vai à mesa
Sem soberba se impõem e tecem peixes meigos sem explicação
Contrastes já não são mais surpresas
Ficam no imaginário só para quem almeja satisfação momentânea
Outrora depois da hora não mais se engana
Fecham-se as trilhas sem livre escolha
Mantém-se como bolhas à espera do jornal que um dia chega
Com escritos que ainda não espirram
Mas devem ser ouvidos
Como deslizantes sobre a pauta que cobre indecisa a obra
Das promessas bem-vindas que deixam-se dançar pela longa existência
Os focos são as palavras que ainda pode-se dizer
Mesmo que pessoas saiam magoadas
Ou super-entre-tidas sem porquê
A essência está na busca pela coisa efervescente
Pela gênese
Que floresce na decisão dos rumos
Da batalha pelo dia mais certo
Em que a inveja se qualha e a surpresa emudece as falhas
A esperteza é não se manter de fora
Não perder a crítica à história
Do mundo de todos ou de alguém
Que pode contar com frutos que caem sem esforço
Faz do bom gosto seu norteador
Sem necessidade do aparelho de jantar opressor
Revela-se e abre mais que um mês novo
Como se a fome se resolvesse só com a natureza
Na tigela de fogo que está o povo
A chuva vem limpar todas as mazelas
Enxugadas por guardanapos não descartados
Enquanto o passado nem sempre se inveja
Como se os novos práticos soubessem matar o que incomoda
Presente na vida de plástico
Na cultura de moda.

No meio e no fim
A comida são olhos mortos de elegantes e fracos
Que não matamos por prazer e sem prantos
Reais são para os que ainda se veem
São de um passado agora brando
Como uma história íntima tumultuada que aquietou-se
No túmulo adequado pela arquitetura do saber dos avantajados
Que não sabem construir o que não conseguem levantar
O talento é colheita de escafandros sem borboletas
Mas que sabem a hora de se revelar
Os escavados no sangue da obra unânime
Evitam perguntar
Não são como crianças, mas precisam amadurecer
São os que conseguem aparecer nas noites sem mágoas
Recebem palmas orquestradas e análogas à calma disfarçada
Descritas na planta dos que podem compreender
Dos que a-colhem e deixam-se continuar
Sem enganos ou abusos de poder
Caminhantes vão-se embora
Outros ficam prostrados vendo TV
E a vida vai-vem revigora
Segue com os jovens de atitudes
Que se pode prever desde a escola
Até morrerem em um abril qualquer
Quesito ainda na moda
Mas há os que conseguem sobreviver
Entre todos os destroços a serem consertados
A felicidade pariu em 1º de abril
Para quem pode agora
As possibilidades caminham em teias nobres
As atitudes tornam-se jovens
O presente é como desencanto encantado
Assim vamos em busca do futuro e da boa história
Que traga avanços ou ao menos nos (re) torne
Símbolos fortes nos próximos anos. 

quinta-feira, 6 de março de 2014

SAUDADE (S) DE MINAS

I

Lá tem rio que corre no mesmo sentido
Tomamos café com fragrância de plantas e frutas do pomar
É um lar cheio de mãe, primos e melhores amigos
Os mais sinceros sem minerais antigos.
É hora de espreguiçar embaixo do pé de mangas
Comer goiaba branca e começar a prosa
Teto de uvas protege o caminho ao lado da acerola
Maritacas disputam as jabuticabas
Rolinhas cutucam o mamão maduro
E fogem das rosas com belos espinhos...
A saudade começa pela entrada de grama esverdeada
Espessa como esparramar-se num cochilo no sofá
Deitar ao som de canarinhos
Beija-flores no fim da tarde
E vaga-lumes quando a noite chegar
Cumprimentam a lua cheia no quintal
Na estrada
Iluminam onde não alcançam as estrelas.
Ao amanhecer, as expectativas batem palmas
É hora de preparar pão de queijo e levar pra mesa
Está tão bonita!
Tem bolo de cenoura e milharina sem margarina
A broa faz companhia ao real mel de abelhas
E seguem todos a papear.
No lugar que é lanche e sobremesa
Manteiga de leite ou geleia com biscoitos
Passa da hora de beliscar
A carne assada está no ponto
Cortada em pedaços e verdades
Sem hora pra parar de assar.
Lá vêm os acompanhamentos no bordado
Feijão tropeiro com couve e ovo pra degustar
Pão, mandioca e vinagrete
De quem se empenha até o jantar
Faz comida no fogão à lenha
E reclama quando deixa esfriar.
Mais dose de café e pão com queijo
Doce de sidra sem bicho de pé
O cãozinho amigo abana o rabo
Se distrai pra sorte do gato
Que rouba um pedaço e sai sem ele perceber.
Em muitas tardes dessas
Sol nas flores na entrada empoeirada
Papo pro ar com cerveja gelada
Banquinho à noite é na calçada
Com petiscos e samba pra acompanhar
O sertanejo fica na rede da varanda
Faz o quilo do mingau e das pamonhas
Com direito a papo furado e cana branda
Fuma paiero e ouve rock dos anos 70 ou mantra.
Dormir cedo é regra pra quem se cansa da vida farta
Do vento leve nas samambaias esverdeadas
Da tão sossegada casa!
Quer água morna pra repousar na mata
Estórias engraçadas pra criança esperta
Com medo de cigarras e corujas raras
Outras escondidas nas cobertas
Terminam com assuntos de homem e mulher
Derramam condições conflituosas depois da janta
E dizem: aqui se colhe o que se planta.
De volta à bebida gelada ou branca
Magra após o cafuné
Quem coloca limão e sal vira criança
A brincadeira varia de médica a santa
E as fofocas continuam de pé.

II

Bom mesmo é quando falta rede
Digital só o sertanejo atual
Sem viola, a música dá sede
Pede Pena Branca e gargalhadas para o nada
Como cachoeiras doces pra quem não paga.
Esconde a roupa pra dar em causo
Bate palmas pros peixes quando saltam
Anda na madrugada sem assalto
Brinca de pique e se esconde na bananeira
Só torce pra não passar nenhuma rasteira.
A assombração só chega na madrugada
Saliva quem chega primeiro na cerca das palavras
O galo canta e anuncia o atraso de ir pra cama
Depois de tirar carrapichos da canela.
Com o preparo da leitoa vem pururuca das mais boas
Na cozinha da tia que amassa a rosca na pia
Enquanto a mãe coloca outras coisas pra ferventar.
Temos salada de jiló ou berinjela
São deliciosas e é difícil acreditar
Quiabo com frango na panela
O café da noite se encerra
Quase um açoite depois que o sol raiar
É hora de acordar!
Ir à feira da taioba bem cedo
Pegar pequi e jurubeba pro almoço
Mas não pode esquecer
Tem que providenciar mais tira-gosto
Antes do galo cantar e o sol nascer de novo.
Cochichos e segredos de churrasco são compartilhados
Diversão pra longas horas enquanto ali ficar
Mergulho na piscina do rancho
De onde vem mandioca gigante pra fritar
Mistura de abóbora em doce de compota
Como novas caldas quentes de janeiro
Os irmãos goianos juntam-se aos mineiros
Ninguém quer ir embora
Mas as férias têm que acabar
A saudade de Minas não tem hora
São muitas histórias pra lembrar.


Abertura das publicações de 2014!!!

O que esperar das impressões quase no final do carnaval?
Dizem que é a partir desta época que o ano começa J/L  
É festa!  
Mas, o que temos para a Quarta-feira de Cinzas? 
O Pierrot errou e eu estou melindrosa:


Ainda é carnaval...

É carnaval, futebol
É gari, copa
E muita coisa que vai mal
Mas a quem importa?
Faço rimas pra marchinha
Previsíveis como os tiros ao ler o jornal
Compras indecentes que não cabem no orçamento
Encontram nos armários uma mansão pra repousar
Os preços de mãos dadas com a inflação
Esquentam minha mente se não puder comprar
Seja nos estudos ou nos trabalhos
Nos discursos do mundo imaginário
Torço pela troca por um mais libertário
Que seja mais justo sem tanto lucro
Ou luta sem gratificação.
Torço pela leitura, pela arte, pela educação
Arma que falta aos lustres quebrados na manifestação
Na busca por justiça trilhada com dor insistente
Tentamos desarmar os tenentes
Resultados só quando incluírem as boas intenções
Persuasão que desmistifica o natal de presentes
Torna o réveillon mais deprimente
Perfeito só para os muito esperançosos...
Aí vem o carnaval da falta de carne
A semana que será santa pra quem tem grana
Que se esvai nas despesas do lar de gramados rançosos
Apagado será o feriado
Pra quem quer Tiradentes
Raro aos que fazem do deitar na cama
Ou sofá – um sundae para beijar.
O mar está lá fora
O ônibus implora pra não te levar
Mesmo custando o olho
Óculos que neste mês não dá pra comprar
Mas a quem importa?
O ano é da copa!
Só não se esqueça do carnaval dos lixos jogados
Pelos cidadãos mimados daquele sofá
Ou pelos muitos mal-educados
Que não têm a limpeza dos que precisam 
trabalhar.













terça-feira, 12 de novembro de 2013

Hoje é dia do mendigo

Hoje é dia do mendigo
Dia de doar pão, sopa e cobertor
Isopor, papelão e jornal
Já não precisam
Neste dia já têm amigos.
Para quem escapou da senzala
O açoite é a sociedade que se cala
O branco é sátira de mágoa
Biscoito raro com café
De quem presta contas mas não é
Diz o pardo ou mulato
Nascido ou queimado de sol
Hoje é dia do mendigo
O branco, o negro, o vivo.
Hoje é dia do mendigo?
Duvidou um homem que começou no poder outra semana
Na próxima, quer vida suserana
E não cana de pé
Quer garantir seu jornal na hora do café
O recheio de seu pão italiano
E o papelão no retrovisor americano.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

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Jornalista revolucionário
Há preguiça em seu olhar
Fotógrafo, pintor imaginário
Este é seu lugar?
Deseja ser musicista e escritor de poemas libertários
Livre da cultura para profetas
Não vai embora após rupturas
Antes da lua cheia que ideias clareia
Nunca emudece
Às vezes se receia
Pensa, se entristece
Mas nunca abandona a aldeia
Sem antes cisar amarguras
Desabrochar-se em águas profundas
Sem limites para o voo das palavras.
Por inteiro está longe das tumbas
Floridas de cinza e vigiadas pelo coveiro de areia
Que pede esmolas ao defunto que vagueia
E desfaz-se nas falas oportunas
De vagabundo que proclama na noite
Verdades obscuras propinescas
Realidades denunciantes que se escondem
Do Rio de Janeiro ao mundo
Nos noticiários e no corredor dos palácios
São muitos os fatos importantes que se calam
Cobertos literalmente
Quando os jornais se reúnem
E borram o que nos une.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

DESTOANTE

Cansada de tantas informações e intenções não cumpridas
Os versos tornaram-se fundamentais para o acalento
Em suas entrelinhas estão os desejos de brisa
A imagem da rede macia e frutas vermelhas na taça.
A música nunca falta
Às vezes só ela basta
Intercalada ao som das águas e do vento.
Mesmo vivendo ao pé dos mares
O bom senso é completar as tarefas do dia
Cheio de angústias e belezas esquizofrênicas
O senso bom dá tom à melodia
Da vida apaixonada, responsável e ousada
Ao mesmo tempo
Sempre aberta às boas possibilidades
É muita ousadia inflamada
Da lebre que não me cabe.
Cá estou a estudar vários mares teóricos
Ângulos destoantes ao ampliar o que poucos sabem
O resgate à memória retórica
Que só quer preservar frases-reconhecimento
Restos são levados pelo vento
Ou desaparecem nas águas periféricas
Dão lugar àquelas palavras que se perdem em folhas esbranquiçadas
Depois de entregues ao sujeito de cara amarrada.
Os projetos descansam sem mágoa
Não é realidade tão edificada, pintada na contramão...
Eles sabem que ainda terão vez
Nas mãos da pele maltada fora da lei
Sem inglês ou ideias de japonês
Sairão das gavetas que não estão lacradas
São inatas e fogem das ilesas destoantes.
Poucas são as mudanças e algumas as surpresas
Recebem de lembrança as teias
Que cruzam caminhos impensados
Nas frestas contrabandeadas quando se abrem
No ambiente interessado sem calma
Onde velejam coisas inéditas na pauta dos olhos calejados
Enquanto os sonhos renovam-se ao pensar nas possibilidades certas.
O destoante é cansaço esperto
De quem não esquece o que “si” move
E comove-se em gestos – clichê cético.
Cada coisa tem seu tempo
Cada arte tem seu espaço e encanto
Cada apontamento é soberba de bom carpinteiro
Arteiro enquanto pode
Deságua quando sofre
Renova-se
Tece nas palavras, nos sons, na dor
O palco do bem feito
Dispersa o sabor que tem direito
Com ferramentas que dão exemplo
Procria, recria
Simplesmente vive
Não se desfaz com o tempo
Insiste.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A luta continua em muitos bastidores da vida

Há quem diga que as dívidas estimulam o trabalho e são a força motriz que nos impulsiona a continuar cumprindo metas para o enriquecimento das empresas. Mas quando a nossa função é pensar, dá vontade de deitar na rede para refletir com calma e sensatez. Depois, é hora de sair armado com a voz e com o lápis, uma constante manobra no trânsito entre a obrigação e a educação. Escrever e dar vida às obras críticas ainda é tarefa lícita e sem bater o cartão, constituindo uma eterna e saborosa dívida para nós mesmos. O pagamento é sono tranquilo e acordar bem como se a cama fosse sempre macia. A luta continua em muitos bastidores da vida.

...


É preciso mimos para ouvidos cansados de imagens acústicas de dias em que a obrigação impera sobre o sono tranquilo de melodias pacíficas e palco macio na noite até amanhecer... "here comes the sun" de mãos dadas com Frank Zappa, amigo do passado inseparável no presente e no churrasco do quintal das mangueiras que sombreavam a brisa de uma tarde inteira.
São novos os antigos planos repletos de mágica intenção. Estamos tentando ampliar os limites da imaginação e encontrar-a-dentro, no íntimo, o melhor dos mundos. Estamos sentindo impactos fracos e mobilizações do tempo. Sabemos redecorar os bons laços que desataram-se enquanto a fuga foi-se pura taça-delícia de um bom dia, luxuriante ao anoitecer.

O estopim da noite é a frase feita mais certa, devidà perturbação de beijos no portão. Permanecem conosco a falta de regras, a absorção de sistemas oníricos por onde se respirapasse. A convivência rara traz ainda sentido a tudo que não se larga, complica-se quando as mãos se esticam e cores aparecem depois de tantas batucadas e letras de obras que bem se acabaram.
Somos sorte, somos replays de jornadas de sonhos jung-anos que se passaram. E lá fomos nós, passando por várias avaliações, mas cumprimentados como se ocupássemos o mesmo lugar no espaço da ilógica existência de alguns que amam.
Quando ainda éramos magos, brilhava o tocos ao toque do tambor e cachaças aromatizadas. O sucesso de entrada sempre foi a amburana gelada e, mais tarde, as tranças desarrumaravilhadas que ajeitavam a passagem para o outro mundo.
Tempos literaturarte como borda a música entre outras artes com respiração inata de quem não sabe outro modo de viver. As plantações em outros momentos das notas ainda escoam ideias, cores, palavras e as imagens da época permanecem como retratos infindáveis atrás dos olhos que sabem ver.