quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O navio atracou


O pequeno navio atracou, mesmo com tanto mar à frente, tanto azul e céu sem fim nas estrelas.
Mesmo com tanto amor, atracou.

O ponto de partida tornou-se chegada quase definitiva
Para onde não se sabe, nem o vento indica a melhor direção
Mas é fato que o tempo corrói o instrumento de navegação
E a pressa urge como pauta latente.

O pequeno navio atracou
Mesmo com tanto amor
Com vistas para o nascente e o poente.

Que seja temporário esse naufrágio
Que seja pausa para recuperação.

Quando assumir o leme
O continente é uma escala
Possibilidades para desabrochar...
Paisagens irradiam novidades a cada nascer do sol
E segue a passagem das nuvens sobre velas e cabeças.
Em tai chi, buzinas são alternadas ao som do suave sopro
A lua curta é quebrada em tons soltos refletidos na água
Torna-se enorme sob atmosferas pouco visitadas
Diferente do que acontece em terra.

Enquanto o mar insinua mistérios
Traz belos pares andorinhos
Corcovado, gávea de pedra...
Crespúsculos são cumprimentos entre céus vizinhos.

Quando vira o vento e o navio
À deriva na vida só quem não parte
Chegar é sair para novos ares
Escolher entre dois caminhos
Ou viver pelas margens.

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