domingo, 2 de outubro de 2016

Campanha

Hoje é dia de campanha
De quem vai e vem na manha
Construindo novas causas, trabalhando por quem não vê
Daí saem muitas prosas, muitos contos e letras sem saber
Das fadas que plantaram sem nascer
Não se sabe...
Se cumprirão os escritos, se chegarão avisos quando não o der
Ou não o fizer – o que prometeu
O mundo anda aflito, querendo mudanças
Também nas esperanças temidas
De que sejam ilusões ou criações de quem quer vida.
O que se tem certeza é dos conflitos
E dos desejos para presentes e futuras gerações
Que sejamos menos ladrões e possamos compartilhar o que a terra nos dá
E desta devemos cuidar como se fosse nós mesmos
Seja do natural ou do monumental que sustenta nossos pés
Sejamos fiéis às nossas relações
Pois vamos nos encontrar sempre em breve
Nas voltas que nos damos sem mãos
Ou nos abraços seguindo os mesmos chãos.
O que vai, volta
Pode ou não na contramão
Há quem releve quando não serve
Há quem transforme em missão
De qualquer forma vem em ciclo
Devolve
Mudanças de outros horizontes vistos
Nos chegam como se tivéssemos ido
Nesse universo que é o mesmo encontrar
O que estamos
Em nosso igual tempo
Tempo de retas, curvas e relevos
Pensamentos minguados se desconsiderados pelos que não me vejo
Sejam juntos ou separados
Não é ilusão ou só manha e prosa
A terra é nossa!
A bondade e a maldade também
Somos natureza, universo e tempo
Somos abstratos
Livres ou presos se comparados
Holisticamente interligados
No que nos faz ou não bem
Recebemos em mútuos lados
Mas nunca, nunca, como ninguém.



sábado, 24 de setembro de 2016

Orquídeas e a Vida



Nos jardins da vida estamos
Na presença de cheiros e toques
Pra fazê-la florescer
E embriagar-se de cores
Adicione orquídeas pra viver
De amores.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Hoje...

Hoje... sou infeliz
Do soluço às lágrimas que deságuam em face a tantas desconstruções
Rugem bochechas involuntariamente
Nariz inquieto acompanhando os úmidos olhos
Na mente: Fim dos portfólios!

Hoje... o futuro é ainda mais incerto
Os sorrisos estão contidos
E o mundo está mais longe
As descobertas não servem como remédio contra injustiças
Pelo contrário, nos revelam o que é a vida
E o nada
Mesmo para os bons homens.

Hoje... justiça se tem em casa
Nas lições que tentamos multiplicar
Nossos filhos terão caminhada longa
A estrada – não podemos consertar.

Hoje... a mesa permanece sem toalha
As velas aromatizadas foram apagadas
Está guardado o aparelho de jantar
Não há o que comemorar diante de tantos olhos fechados.

Hoje... somos incertezas, soluços e lágrimas
Os dias são de vaguear pelas sombras das cidades sem lar
A esperança não tem cor nem ponto de chegada
Partiu.
Mas talvez ainda nos resta repensar como podem novas construções
Enquanto o acalento vem do amor de quem não nos deixa sós.

domingo, 7 de agosto de 2016

Tempos Bons

E chega o dia de admitirmos que gostaríamos tanto de ter vivido o bom tempo que não passava, o tempo que achávamos que não fazíamos nada e que tudo era tédio, que éramos inúteis na sociedade, mas decidíamos quando tomar remédios e ainda tínhamos todo tempo do mundo. Como se o mundo tivesse tempo. Não queremos mais ser ídolos e nem promover grandes revoluções. Queremos ser ouvidos por nossos filhos e fugir de rebeliões. Nossos motivos... são os que nossos pais nos diziam: contas pagas desde o início, educação para os filhos, casa para morar e não ser velho doente para alguém cuidar.
Não queremos decepcionar nenhum freguês, nem resistimos mais à importância do inglês. Nunca fomos verdadeiros burgueses, os negamos, no entanto, queríamos um pouco deles. Fomos camponeses e nem fizemos a (s) grande (s) viagem (ns). Fomos para Contagem, Patrocínio e interior de outras cidades. Hoje, só queremos paz, saúde em dia, amizades, cartão que compra alegria – consciente – e que deixa de lado as mágoas da saudade. Ainda somos boa vontade, queremos mais verdades e fazer parte do que é estar vivo, valorizar nossas vidas e às dos amigos, sejam elas e eles do jeito que foram e são. Quando decidimos nosso destino, mal sabíamos que nunca somos como os que sempre decidem. Nossa decisão é definir quem somos sãos. Queríamos tanto, não conseguimos tanto quanto os sonhos declararam. Fomos apenas seres humanos que sonharam, vitoriosos por termos ao menos vivido e feito planos. E, se pararmos para pensar, muitos realizamos... 
Em tempos bons.

Trechos do Poema 'Entre o filósofo, o poeta, o físico e o ermitão'

...
Micros os desejos não são
Exprimem sonhos ainda não conquistados
Vagueiam como reflexões que perduram
Em busca de razões ocultas
Que se refletem nas sombras côncavas
Quando dobram as esquinas
Enquanto ágoras são erguidas
Dilatam-se vidas
Que unem literatura e física
Em linhas homéricas dionisíacas
Entre os que escolhem e não se identificam
Vivem pelas florestas de modo alternativo
Longe dos outros que decidem os motivos
Como metáfora que não se explica
O mundo em suas diferentes formas de vida.
...

(do livro "Depois do Rio" - lançamento 2016)

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Aos idosos de Copacabana


Quem disse que velhice é coisa de velho?
De gente que só vive de remédio...

Velhice é remediar
Saber mostrar o que é viver
É exortar
Saber aproveitar as experiências que viveu
Viver outras
E compartilhar 
Com o vivo que ainda não morreu.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Na semana de muitas declarações devido ao dia do amigo, um trecho do próximo livro:

"Depois do Rio,
melhores amigos é desafio"

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Impressões Borboecléticas

Trecho inicial do conto psicodélico "Ele, Madalena e Eu", do livro Impressões Borboecléticas (Ed. Fio Cultural) - em fase de produção: 

Quando ele abriu a porta, não se surpreendeu tanto com o que viu, mas se assustou. Madalena deixou o vaso mais precioso embebido de um líquido nada harmônico, envolto em uma não solução de ervas nem sempre daninhas. Será que era de Madalena? Não ouso acreditar até agora... Está certo que ela era imprevisível e nada autêntica, porém, mais isso? Não seria demais?
         Pela sua história de vida (que conheço bem), insisto em defendê-la - a bela Madá - de tais acusações indecorosas. No entanto, fui eu a pessoa que disse que não colocaria a mão no fogo por ninguém. Será que nem por Madalena? Afinal, qual era a minha relação de verdade com ela? Fui seu admirador, condutor e protetor. Não ganhei nada em troca; somente boa noite quando já era madrugada. 

Parte da música que ainda será música...


Em qual ritmo?

...
Correr
Busca por compasso
Ritmo certo
Deixa que eu faço
Protesto
Salto obstáculos
Sucesso
Com quem eu falo?
...
SE EU DECIDO
EU DECIDO.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Piscianos de março


Março é o mês dos anjos que voam longe...
O que mais fazem é mergulhar no turbilhão de emoções que a vida desperta a cada dia. Sobrevivem até mesmo às águas que o mês transborda em sua homenagem.
O mar imenso é para eles, que nadam muito e não morrem na praia.
Recorrem às asas pra viver outros céus.

aos piscianos deste mês


quarta-feira, 23 de março de 2016

CHUVAS DE MARÇO

As águas de março preparam os campos
Chegada de uma nova estação
Dos frutos a colher desejos
Palco de renovação
Do ciclo da vida que se repete
E abre novos caminhos.

Todo sonho verde é selva
Céu que se abre às transformações
Deleite é relva
Relva de inspirações
Pós chuvas, chuvas e chuvas
Águas levam mágoas
Palavras tornam-se fadas
Com boas intenções
Saída é porta de entrada
Atitude de habitar outros ânimos
Partidas em prol de chegadas
Um convite aos novos planos:
Que comecemos de vez o ano!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

E chega o dia em que o amor se torna prioridade e todos os animais humanos, domésticos, selvagens, viajantes, voadores... possam se completar e viver em paz num mundo verde, azul, multicolorido, repleto de longos amigos, vida ética e justiça quando respeito, tolerância e compaixão forem naturais, ao lado da fraternidade sincera de irmãos que não se importam com qual religião, cor, partido, gênero, vida sexual ou time de futebol, confraternizando de mãos dadas, corações abraçados, sabores da natureza, esporte, casas sóbrias, calor, frescor, belezas, paisagens saudáveis, sem falsa modernidade, que é, na verdade, viver com o que naturalmente temos sem fazer sofrer para comer, beber, brincar, amar, sem utopias.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

C A O S

Caos na Educação, na Segurança Pública, na Saúde,... e em alguma(s) coisa(s) que atinge(m) você de alguma forma.
Tantos seres ao nosso redor que corrompem ou simplesmente não se importam com o respeito ao próximo, com ética, quem dirá com a moral e bons costumes.
Será que as festas de fim de ano e o clima de “confraternização, compaixão, agrados e caridades” nos salvará disso tudo? 
Virá um dia depois do outro e chamaremos de ano novo.
Pelo menos temos as “artes” que ainda fazem o bom papel de nos divertir e/ou de nos levar a pensar o que realmente somos como pessoas, sociedade, mundo - também com alguma parte boa.
Aí dá até vontade de confraternizar com quem nos merece e pelo motivo de não desistirmos dos bons sentimentos e ações.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Artes e Saudades

Quando recitávamos letras coreografadas
Molhados eram os sorrisos
Extensa era a fala
Muito se tirava das lágrimas
Estávamos salvos por quem não tinha se oferecido
Nas memórias que sempre ressaltaram o prazer da arte
Expressando liberdades nos sentidos
Da vida...

Na trama que abre todas as portas
Está o camarim que nos comporta
Em busca da arte dos que podem compartilhar belezas
Torná-las abertas aos afins e... Oferecer surpresas
A todos que queiram amar
Te amar
Amar a mim
Sem chaves que enjaulam corações
Que abrem as asas para a liberdade.

Depois que a luz se acaba
O festival se apaga e...
Começam os contos de fadas
Nas vaidades dos sonhos
Continuam as lembranças nas tramas
Ditas pelos que não sabem o que falar
Ou sabem bem o que queremos ouvir
Veem com todos os olhos
Preferem não reclamar
Enfatizam o que sabemos amar
Das lembranças que ficam e...
Sejam boas ou más
As mais válidas se multiplicam
Na esperança de continuar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O Palco

No palco, enfim sós sem lençóis
Inaugurados pelo pôr do sol
No tecer dos tecidos
Encontros...
À frente das cortinas
Pensamentos extensos voam
Atentos à noite repentina.

O palco foi armado, desarrumado
Desmontado por quem decidiu a hora de parar
Os artistas se resguardaram no jardim
Outros no sofá  
Não deixaram que a música parasse antes do fim da paisagem
A recepção indicou o caminho
Ao lado de quem o criou
Palco piscava notas, letras
Sons de beija-flor
Falávamos como porta-vozes da alma
Em cores vivas na parede
Textos, cadeiras, vinhos
Prosas e outras rosas
No palco de passarinhos.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Um amigo encontrou em um muro de uma cidade, certa frase: 
"a saliva é o suor das palavras não ditas". 

Não sabemos quem a pensou, quem a escreveu, mas não deixamos de pensar que 'palavras precisam ser ditas', custe o que custar, seja em voz, gestos ou com o salivar.

domingo, 17 de maio de 2015

Intervalo

E chega um dia desses para comemorar o desencontro entre a lua e o sol
O intervalo é como horas cotidianas que abrigam nossos temores e sonhos
As ações fortalecem as voltas do mundo
E tudo é reescrito por tantos que compartilham o mesmo início
O espírito é de calma e a luta é contra o impossível
O que se encontra nas noites próprias
Luz que vem depois do escuro
Do amor, do vício
Tudo se renova
Surpresas vêm pra mudar as nuances de raios, nuvens e outros reflexos
Ofuscam ideias dobrando caminhos que me chegam
Percorrê-los é outro intervalo de tempo
As mudanças de estação espantam o tédio
Belezas vêm e vão como feitos inéditos
Constroem pessoas e conclusões equivocadas
Outrora certas e recomendáveis
Por horas, a alegria vem e passa
É bom ter espaço na mesa dos bares da franqueza
Onde a gente bebe pra tirar a secura dos sentimentos
E não afogar as mágoas
Magoadas com a falta de hora pra decisão
Enquanto a lua se abre para o fim do ciclo
Do sol que entra no início
De novo...
Outro intervalo de solidão.

Meu lar em sonho

Meu lar está incerto
São países baixos, altos, médios...
Ou um bem pago?
Uns são Brasil, outros são deserto
Uns são matas do Atlântico
E como custam caro...
Parecem remédios de insanos.
Já não se sabe o custo do metro quadrado
Com ou sem vista pro mar
Meu lar é mar aberto às novas navegações
Vida vulnerável aos pensamentos que desestruturam ilusões
Na hora de dormir
Dia que amanhece cedo demais
O sonho é à noite
No improviso do mundo que me emprestou
Aconchego do melhor abrigo, do mais quente cobertor
É o que escrevo meu lar
Quando sonho no sofá.
Meus amigos reais são cometas que não estacionam. Quando passam, são flores explícitas nas mãos que acolhem e jorram belezas por noites e dias com boas surpresas ou hipocrisias amenas. Muitos são chatos, desatentos, indivíduos apenas. São poemas para todos os temas. Possuem espinhos que ferem a harmonia, mas cheiram abraços que acolhem e ajudam a secar chuvas de ácidos. São poucos os verdadeiros na minha mão que não estão e se acomodam. São indecisos, soltos, problemáticos. São amigos e permanecem como se não houvesse distância e bom gosto aos lados. Acabam classificados por algumas afinidades, lembranças que valem e amor que dura até a visita próxima do Halley.
Minha amiga vai ganhar neném
Aí alguém me pergunta:
E você?
Eu respondo:
Prefiro yen!

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Os ministérios são muitos mistérios.
Quanta falta de educação, cultura e comunicação...

Quando será o dia de dormir até acordar?

Tanto tempo sem escolher o que postar...
E não é que, às vezes, o texto salta aos olhos e se escolhe publicar \J/

Quando será o dia de dormir até acordar?
Sem confusões mentais que desfazem a moradia
Sem entender o que é meu lar
Minha casa tá na rua
Minha rua tá na casa
Quieta e aloprada
Se cala
Sem silenciar
Pensamentos convergem
Brigam pra superar meu pulso
Perplexo
O sorriso é mudo
O destino é surdo
A dor confronta meu único cérebro
Diz que é hora de parar
A mensagem não chega
Os neurônios não sabem por onde caminhar
As estradas são estranhas
Bifurcam as veias
Alheias ao que quero pensar
As verdades geram incertezas
Que aumentam ao chegar da lucidez
Momentânea ao olhar
O que se entende não é mais surpresa
O que se pretende
É suar
Não pode ser desejo
Nem o fim de tudo
Quando chega a sentença
O soluço
Não vale o que me diga
A carne não sabe esperar
A vida é comovida
Ninguém pode controlar.