terça-feira, 19 de novembro de 2019

pq

Foto: Superinteressante (Editora Abril)



Por qual motivo águias sorriem gritos?
Por qual motivo gatos não ciscam?
E cobras desenham a Copacabana que imaginamos
que pisamos...
Ainda não é compreendida a origem de todas as coisas
O existir e o repetir são alicerces da razão
Enquanto ...
A morte é fato incontestável
O fim de todas as coisas
Uma de cada vez ou não.

Quando começa
não precisamos, não temos pressa
Quando termina
descobrimos que amamos.
O fim
entendemos muito bem
Os fins
por vezes procuramos
O diferente
O que atrai...
Um desdém pra quem nos faz.
A rotina retrai boas maneiras e atiça sonhos inatingíveis.
De que adianta sonhar então?
Serve pra errar?
Tortura pós imaginação?
Na crença de que vamos alcançar
Felicidade suprema.
Mito e ilusão!
Alegrias vêm e vão
Os caminhos servem para serem esculpidos
por nós
Com alguma satisfação de vez em quando
E muitos dias que nem sabemos porque amanhecem
Nos tornam fregueses do tempo.

O acaso também é pensado
Talvez não por nós...
Destinos são criados
consumados
por meio de tudo que atravessa nosso caminho
Escolhemos sem saber
Destruímos o que poderíamos ser
Às vezes sabendo
Às vezes não.
Construímos castelos fantásticos
Imaginários na vida que nos martela
E como gostaríamos que fosse bela!
E não batatinha quando nasce.
Trivial demais pra quem não consegue esperar...
Trivial demais pra quem não sabe olhar...
Sem raiz não se desenterra uma poética com sabedoria
e classe
Já dizia o crítico
à minha poesia
Pra ele
porcaria
Que diz o que sinto
Resumida em código previsível
Segundo ou nunca plano para a arte.

Os uivos, os gemidos, os mios
Ah...
Os gritos!
Estão por dentro
E no que dizemos
Sem querer atrapalhar o sono
Dos que conseguem descansar em paz.
O silêncio é meta e metamorfose
Traduzido em língua que não existe
sem lábios
O que resta quando corações se calam.
E não seremos seres serenos ...
Que seja por vaidade
Reféns de algo que não controlamos
Até aqueles que se amarram
de verdade
Quando amar é a ressalva
que concedemos apreciar.

Sempre que os planos mudam
Principalmente sem nos avisar
Vêm novos mundos
Outros ocupam o futuro
Peripécias a borbulhar em noites desconhecidas
Recados dos que ainda estão aqui
Quase com crise existencial digna
Quando não entendem como vieram
e onde vão parar com pedágios agradáveis.
Paradigmas!
Sejamos sinceros
e donos de nossas pseudo-verdades
É por aí mesmo o caminho?
Ou em outro quarto utópico que desenhamos?
Na mente que por vezes mente
Quando não sabemos existir externamente.

Alguns dizem que o crime compensa as aflições
A vontade de estar em outro (s) mundo (s)
O outro lado da lua e do sol
... Pink Floyd e Girassóis
Ilusões ou ausência de críticas?
Podemos verificar
Júpiter em forma de maçãs comestíveis
Cachecol do Sul na gaveta sem chave
Céu blue sem madruguecer
No brechó retrô-coloquial
Mesmo às vistas
com contradições que nomeiam
O que não queremos ser
No futuro presente
Desnorteiam prismas
Tornam cérebros inquietos
Entardecer já é hora de sexo
E continuaremos impunes
enquanto soubermos sobreviver.

As águias, os gatos, as cobras
são seres com classe
Cadeias úteis que merecem aparte.
Gêneros não fazem diferença
Mas...
Para assegurar a existência
Nós, os “homens”
Somos sem classe
Seres “humanas”
Que estão de passagem
Com muita insatisfação para consumir
Até que enfim aquele
o nosso mundo se acabe
em purpurinas que se refazem
Na cor que escolhermos.

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