Cansada de tantas informações e intenções não cumpridas
Os versos tornaram-se fundamentais para o acalento
Em suas entrelinhas estão os desejos de brisa
A imagem da rede macia e frutas vermelhas na taça.
A música nunca falta
Às vezes só ela basta
Intercalada ao som das águas e do vento.
Mesmo vivendo ao pé dos mares
O bom senso é completar as tarefas do dia
Cheio de angústias e belezas esquizofrênicas
O senso bom dá tom à melodia
Da vida apaixonada, responsável e ousada
Ao mesmo tempo
Sempre aberta às boas possibilidades
É muita ousadia inflamada
Da lebre que não me cabe.
Cá estou a estudar vários mares teóricos
Ângulos destoantes ao ampliar o que poucos sabem
O resgate à memória retórica
Que só quer preservar frases-reconhecimento
Restos são levados pelo vento
Ou desaparecem nas águas periféricas
Dão lugar àquelas palavras que se perdem em folhas
esbranquiçadas
Depois de entregues ao sujeito de cara amarrada.
Os projetos descansam sem mágoa
Não é realidade tão edificada, pintada na contramão...
Eles sabem que ainda terão vez
Nas mãos da pele maltada fora da lei
Sem inglês ou ideias de japonês
Sairão das gavetas que não estão lacradas
São inatas e fogem das ilesas destoantes.
Poucas são as mudanças e algumas as surpresas
Recebem de lembrança as teias
Que cruzam caminhos impensados
Nas frestas contrabandeadas quando se abrem
No ambiente interessado sem calma
Onde velejam coisas inéditas na pauta dos olhos calejados
Enquanto os sonhos renovam-se ao pensar nas possibilidades
certas.
O destoante é cansaço esperto
De quem não esquece o que “si” move
E comove-se em gestos – clichê cético.
Cada coisa tem seu tempo
Cada arte tem seu espaço e encanto
Cada apontamento é soberba de bom carpinteiro
Arteiro enquanto pode
Deságua quando sofre
Renova-se
Tece nas palavras, nos sons, na dor
O palco do bem feito
Dispersa o sabor que tem direito
Com ferramentas que dão exemplo
Procria, recria
Simplesmente vive
Não se desfaz com o tempo
Insiste.
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