domingo, 17 de maio de 2015

Intervalo

E chega um dia desses para comemorar o desencontro entre a lua e o sol
O intervalo é como horas cotidianas que abrigam nossos temores e sonhos
As ações fortalecem as voltas do mundo
E tudo é reescrito por tantos que compartilham o mesmo início
O espírito é de calma e a luta é contra o impossível
O que se encontra nas noites próprias
Luz que vem depois do escuro
Do amor, do vício
Tudo se renova
Surpresas vêm pra mudar as nuances de raios, nuvens e outros reflexos
Ofuscam ideias dobrando caminhos que me chegam
Percorrê-los é outro intervalo de tempo
As mudanças de estação espantam o tédio
Belezas vêm e vão como feitos inéditos
Constroem pessoas e conclusões equivocadas
Outrora certas e recomendáveis
Por horas, a alegria vem e passa
É bom ter espaço na mesa dos bares da franqueza
Onde a gente bebe pra tirar a secura dos sentimentos
E não afogar as mágoas
Magoadas com a falta de hora pra decisão
Enquanto a lua se abre para o fim do ciclo
Do sol que entra no início
De novo...
Outro intervalo de solidão.

Meu lar em sonho

Meu lar está incerto
São países baixos, altos, médios...
Ou um bem pago?
Uns são Brasil, outros são deserto
Uns são matas do Atlântico
E como custam caro...
Parecem remédios de insanos.
Já não se sabe o custo do metro quadrado
Com ou sem vista pro mar
Meu lar é mar aberto às novas navegações
Vida vulnerável aos pensamentos que desestruturam ilusões
Na hora de dormir
Dia que amanhece cedo demais
O sonho é à noite
No improviso do mundo que me emprestou
Aconchego do melhor abrigo, do mais quente cobertor
É o que escrevo meu lar
Quando sonho no sofá.
Meus amigos reais são cometas que não estacionam. Quando passam, são flores explícitas nas mãos que acolhem e jorram belezas por noites e dias com boas surpresas ou hipocrisias amenas. Muitos são chatos, desatentos, indivíduos apenas. São poemas para todos os temas. Possuem espinhos que ferem a harmonia, mas cheiram abraços que acolhem e ajudam a secar chuvas de ácidos. São poucos os verdadeiros na minha mão que não estão e se acomodam. São indecisos, soltos, problemáticos. São amigos e permanecem como se não houvesse distância e bom gosto aos lados. Acabam classificados por algumas afinidades, lembranças que valem e amor que dura até a visita próxima do Halley.
Minha amiga vai ganhar neném
Aí alguém me pergunta:
E você?
Eu respondo:
Prefiro yen!