terça-feira, 11 de novembro de 2014

Ficção Acadêmica

A academia ensina e diz que é espaço de reflexão e troca de experiências
Também inspira e rouba ideias...
Quando travam reflexões e opiniões
Só resta uma contravenção legal:
Colocar na ficção o que será mais verdadeiro
O ‘mais’ dos comentários retóricos.
Como já disse Augusto Boal
“A vida é um espetáculo imperdível”
Pode ser requintada pelo seu estilo
Num modelo de ação que é personagem
O seu preferido
Traz no enredo o que conta a miragem
E, no calor, as inspirações que suspiram.
Quem quiser acreditar
O texto-tese é romance, novela ou poesia de mestre
Contos e crônicas de quando começa e termina o dia
Nuvens se enrubescem
E refletem as boas impressões.
O palco é controverso
Natural na areia ou rocha democrática
É como um Arpoador submerso
Que emoções deságua?
Traz à tona o que as pessoas esperam do futuro
Que começa amanhã mesmo
Quando lembraremos de quase tudo
E seremos pessoas melhores.
A tese na ficção
É a academia das ideias reais
O livro vai além da constatação
A retórica é breve e diz mais?
A verdade está à mão
E mostra o que ainda não sei provar.


Eu não queria que você fosse um soldado

Eu não queria que você fosse um soldado
Daqueles que não se recorda dos motivos para atacar
Mesmo depois do crepúsculo só exercita músculos
Não se importa em acrescentar os objetivos de recompensa ‘maior’
Para si também toma as consequências sem pensar
Nos atos que reverberam e tocam peles sem trato
Chegam à corrente e encontram dois caminhos:
Do cérebro ou o do coração se estiver macio.
Pense antes qual prefere
Indique aos que estão à sua volta
Devem entender o que fere.
O que alivia também faz parte da conjuração
Das ações replicadas mesmo quando sofrem represálias
Das atitudes que não são protocoladas
Sentidas por pessoas desarmadas.
Não gostaria que você fosse somente um soldado que entra na farda
Faz do ofício um texto programado para ser executado
Sem objetivos claros desde o início...
Para uns, não são bem-sucedidos
São apenas atos que erraram alvos.
Efeitos voltam ao ponto de onde veio
Cabe a você conduzir a linha de tiro
Preservar o que ainda importa na vida
Esclarecer os objetivos
E as necessidades que unem inimigos
Viventes de um mesmo mundo
Podem navegar embalados pelo mesmo vento
Esquecer o que é propício de outros tempos
Quando é hora de devolver o anzol
E lembrar como é bonito o pôr do sol.

) Quando a lua mudar (



Quando a lua mudar
Já deixo avisado que estarei de partida
Vou guiada pelos céus que escolhi na vida
Em busca de um universo para explorar.
Caso queira passagem
Pode seguir viagem comigo
Teremos muitas histórias para criar
Escreveremos destinos eloquentes
Correremos riscos nas novas constelações
Enquanto veremos tudo de perto.

Quando a lua mudar
Conheceremos o que esconde o universo
Numa longa caminhada
Atmosferas e ares controversos mostrarão o que falta
Temos que pegar logo a estrada
Criar um novo tempo para a via láctea
Para que novidades aconteçam.
Quando a morada for cada palavra
A satisfação será o sentido que damos à vida:
Viver      e       reinventar       promissores rascunhos...
A lua mudará a nosso favor
E conquistaremos outros mundos.

Flores Cálidas

Foto: Josildo Azevedo

Meus olhos buscam flores cálidas
Minha causa passa por paisagens melancólicas
Tão belas como a serenidade das decisões certas.
Minha poética é liberdade de criação
Meu palco é dança com príncipes que tocam e cantam
Eles são músicos desenhistas da imaginação
Deixam beijos seguros e abraços maduros
No meio da multidão quando os procuro.
Os bons amigos estão no emprego antigo
Dos satisfeitos que criticam e sabem como mudar o mundo
Vão com os próximos que discutem sem freios
Mas conhecem o caminho.
Quando estou artista em vários contextos
Nem sempre com belezas nas certezas
Ouço nas artes a minha intuição
Quando sei que faço parte da natureza
Chego a encontrar as tais flores cálidas
Meus olhos dizem que não
Mas sei que fico livre de mágoas.