Telas nos mostram e nos escondem do mundo
Sentimentos cada vez mais desfigurados
Ou – nas horas novas – profundos
Porém – nem sempre – poéticos.
Pessoas indagam o porquê de tanta injustiça
E quão pouco depende de nós o fim das notícias
Mesmo assim, refletimos recorrendo
Aos pontos que o cérebro ainda permite
Revemos o passado, descobrimos saudades e valores calados.
As vestes já não importam tanto e as maquiagens andam econômicas
São os olhares que nos respondem e sutilezam o que nos consome.
A caneca está cheia e a caneta vazia
Chá para ansiedade e azia
Nenhum que afaste a hipocrisia
Dos outros e a de nós mesmos.
As ideias já vivem muito mais no coração
São indescritíveis e decepcionam o racional.
As preces são atendidas muito mais nos sonhos
Dentro de nós mesmos – pesadelos
E a ferramenta que ainda nos serve
É enxergar-se e enxergar
Além do que é possível expectar.
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