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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

 

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Do corpo...

Resta compor outro

Letra e melodia que se comunicam.

Desde o início, sem meio, sem fim

Vive poema sem título

Busca o que gostaria que fosse

Para suportar viver dentro de si

Mente para si mesmo no mundo fingido

Sem saber como agir ao encontro do medo

Não encontra o corpo que o sustenta

Nem seu lado que pensa

Textura e estrutura não coincidem

Lado biônico da mente em curto.

Referências externas evidenciam dores da carne

Que... de metástase em metástase

Fortalece o inatingível da alma

Que já não sabe em qual destino existir.

O que era bom se foi além das ondas eletromagnéticas

Propagandas falsas propagadas

Buraco negro ainda não aceito

E o de minhoca... só travas.

Sem despedida ou carta harmônica

A crise está de volta

Domínio do pessimismo realista

Prevalece razão sem rimas

Contamina pensamentos

Desfaz posicionamentos

Tira a cor da aura.

Versos em ruínas antes do topo

Tempo vestido imune à adrenalina

Decassílabos se desmoronam em purpurinas

Num enjabement de ideias.

Incessante mutação contradiz história e razão

Não percebe amigos e estimas

Concorda com parentes errôneos

Inconsciente coletivo que corrói a carne

Leva amores à lata de lixo

Paixão em letras soltas e esparsas

Destituição do alívio que emitiam.

E o que resta é compor um novo ser

Estrofes encadeadas desta vez

Sons que bailam em toques e ouvidos

Antes do fim-fingido.

O ritmo agora é recomeço

Corpo, Alma... Paraíso

De outro tempo.



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