E chega o dia de admitirmos que gostaríamos
tanto de ter vivido o bom tempo que não passava, o tempo que achávamos que não
fazíamos nada e que tudo era tédio, que éramos inúteis na sociedade, mas decidíamos
quando tomar remédios e ainda tínhamos todo tempo do mundo. Como se o mundo
tivesse tempo. Não queremos mais ser ídolos e nem promover grandes revoluções.
Queremos ser ouvidos por nossos filhos e fugir de rebeliões. Nossos motivos...
são os que nossos pais nos diziam: contas pagas desde o início, educação para
os filhos, casa para morar e não ser velho doente para alguém cuidar.
Não queremos decepcionar nenhum freguês,
nem resistimos mais à importância do inglês. Nunca fomos verdadeiros burgueses,
os negamos, no entanto, queríamos um pouco deles. Fomos camponeses e nem
fizemos a (s) grande (s) viagem (ns). Fomos para Contagem, Patrocínio e
interior de outras cidades. Hoje, só queremos paz, saúde em dia, amizades, cartão
que compra alegria – consciente – e que deixa de lado as mágoas da saudade. Ainda
somos boa vontade, queremos mais verdades e fazer parte do que é estar vivo,
valorizar nossas vidas e às dos amigos, sejam elas e eles do jeito que
foram e são. Quando decidimos nosso destino, mal sabíamos que nunca somos como
os que sempre decidem. Nossa decisão é definir quem somos sãos. Queríamos
tanto, não conseguimos tanto quanto os sonhos declararam. Fomos apenas seres
humanos que sonharam, vitoriosos por termos ao menos vivido e feito planos. E,
se pararmos para pensar, muitos realizamos...
Em tempos bons.
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