O pequeno navio atracou, mesmo com tanto
mar à frente, tanto azul e céu sem fim nas estrelas.
Mesmo com tanto amor, atracou.
O ponto de partida tornou-se chegada
quase definitiva
Para onde não se sabe, nem o vento
indica a melhor direção
Mas é fato que o tempo corrói o
instrumento de navegação
E a pressa urge como pauta latente.
O pequeno navio atracou
Mesmo com tanto amor
Com vistas para o nascente e o poente.
Que seja temporário esse naufrágio
Que seja pausa para recuperação.
Quando assumir o leme
O continente é uma escala
Possibilidades para desabrochar...
Paisagens irradiam novidades a cada
nascer do sol
E segue a passagem das nuvens sobre velas
e cabeças.
Em tai chi, buzinas são alternadas ao
som do suave sopro
A lua curta é quebrada em tons soltos
refletidos na água
Torna-se enorme sob atmosferas pouco
visitadas
Diferente do que acontece em terra.
Enquanto o mar insinua mistérios
Traz belos pares andorinhos
Corcovado, gávea de pedra...
Crespúsculos são cumprimentos entre céus
vizinhos.
Quando vira o vento e o navio
À deriva na vida só quem não parte
Chegar é sair para novos ares
Escolher entre dois caminhos
Ou viver pelas margens.
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